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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O que é a Leishmaniose?


A Leishmaniose é uma doença provocada por um protozoário (parasita microscópico) do género Leishmania, que infecta canídeos e ocasionalmente o gato e roedores. Além disso a Leishmaniose é uma zoonose, ou seja, pode infectar o Homem, principalmente indivíduos imunodeprimidos, já que o nosso sistema imunitário, quando activo, consegue combater o parasita de forma eficaz, ao contrário do sistema imunitário do cão que não tem essa capacidade.
É uma doença crónica debilitante, que, caso não seja acompanhada pelo Médico Veterinário, pode levar à morte do nosso melhor amigo.
Em Portugal, existem duas formas da doença: a forma visceral e a forma cutânea, no entanto, a visceral é a forma mais grave, e a que se encontra mais disseminada pelo território nacional.
Esta doença pode ocorrer em canídeos de qualquer idade, raça ou sexo, no entanto, as infecções sintomáticas são mais comuns a partir dos nove meses de idade.

Como se transmite?

O único modo de transmissão conhecido, ocorre através da picada de um mosquito da família Phlebotomidae (mosca de areia), como tal, o canídeo só fica infectado em zonas onde existem estes mosquitos e a transmissão ocorre apenas durante os meses quentes (de Março a Outubro), e geralmente este mosquito se alimenta pouco antes do nascer do sol e logo após o pôr-do-sol (lusco-fusco).
De igual modo, o Homem só pode ficar infectado, quando picado pelo mosquito infectado. ( o que é pouco provavel e nao há conhecimento de humanos infectados)

1 - A fêmea do mosquito ingere sangue de um vertebrado infectado, ingerindo também o parasita.
2 – Depois de ingerido, o parasita multiplica-se no trato gastrointestinal do mosquito.
3 - Quando se volta a alimentar noutro hospedeiro, o mosquito, inocula o parasita na corrente sanguínea. Caso este não seja eliminado pelo sistema imunitário, o animal (ou o Homem) fica infectado.


Quais os sintomas?

É importante referir que a Leishmaniose pode ser assintomática, ou seja, cães infectados podem não apresentar sinais de doença.

Nos casos sintomáticos, existem lesões ao nível de muitos orgãos, já que a Leishmania tem a capacidade de se distribuir por muitos sistemas orgânicos. Assim, animais com lesões de pele, hiperqueratose nasal e/ou digital, queda anormal de pêlo, crescimento excessivo das unhas, perda progressiva de peso, apetite diminuído, intolerância ao exercício, depressão, problemas oculares, corrimentos nasais, hemorragias pelo nariz (epistaxis), diarreia, vómitos ou animais que bebam muita água e urinem em demasia, devem ser levados ao veterinário para despiste da Leishmaniose.

Se o cão não apresenta sintomas, deve fazer o despiste da Leishmaniose?

Sim, deve-se fazer o despiste da Leishmaniose durante o Outono, uma vez que o animal pode ter sido infectado durante a Primavera ou Verão anteriores. Os cães que habitem em zonas de mosquitos (como por exemplo, perto de rios ou lagoas) e/ou que passem a noite ao ar livre, estão mais sujeitos às picadas, como tal devem ser considerados animais de risco e devem fazer, pelo menos, um controlo anual.
O despiste da Leishmaniose é muito importante, devido às suas características zoonóticas (afecta o homem).


Como se previne a Leishmaniose?

Infelizmente, ainda não existe uma vacina efectiva contra a Leishmaniose, como tal, é necessário adoptar outras medidas preventivas.
Como esta doença, se transmite pela picada de um mosquito, é essencial proteger o nosso fiel companheiro, durante as horas críticas (quando o mosquito se alimenta), ou seja, durante o final da tarde, noite e princípio da manhã. Assim deve-se evitar manter os cães ao ar livre durante estes períodos do dia, principalmente nos meses quentes.
No caso do animal pernoitar num canil, este deve ser protegido por redes mosquiteiras, repelentes e/ou insecticidas. Como alternativa, existem coleiras (Scalibor) e produtos (Pulvex e Advantix) repelentes de insectos que impedem as picadas.

Não se esqueça que a Leishmaniose é uma realidade em todo o território nacional, que pode matar o nosso melhor amigo e contaminar o ser humano. Além disso o nosso cão pode estar infectado, sem apresentar sintomas.

PROTEJA-SE, PROTEGENDO-O

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