As pessoas que contraem gastroenterite através do consumo de água contaminada com Escherichia coli (E. coli) têm um maior risco de desenvolver pressão arterial elevada, problemas renais e doenças cardíacas, posteriormente ao longo da vida, dá nota um estudo publicado no “British Medical Journal”.
Os resultados dão ênfase à importância de garantir uma alimentação e um consumo de água seguros, bem como à necessidade de acompanhamento regular dos que foram afectados. Estima-se que as infecções pela E. coli causem até 120 mil casos de doenças gastrointestinais anualmente nos EUA, resultando em mais de dois mil internamentos e 60 mortes. No entanto, os efeitos da infecção pela E. coli a longo prazo na saúde dos adultos são largamente desconhecidos.
Para aferir essa relação, uma equipa de investigadores da Lawson Health Research Institute e da University of Western Ontario, nos EUA, comparou o risco de hipertensão, insuficiência renal e doença cardiovascular no prazo de oito anos com o facto de se ter contraído a infecção através do consumo de água contaminada.
Para o trabalho foram utilizados dados do Walkerton Health Study, o primeiro a avaliar os riscos para a saúde a longo prazo, após um surto de gastroenterite em Maio de 2000 quando um abastecimento de água municipal daquele estado norte-americano foi contaminado com E. coli O157: H7 e Campylobacter.
Os participantes do estudo foram examinados anualmente e submetidos a exames físicos e laboratoriais para controlar a sua saúde a longo prazo.
Dos 1.977 participantes adultos, 1.067 (54%) apresentaram um quadro de gastroenterite aguda, dos quais 378 procurou ajuda médica. Comparando os participantes que não estavam doentes ou que ficaram apenas levemente doentes durante o surto, os participantes que apresentaram um quadro de gastroenterite aguda tinham uma probabilidade 1,3 vezes maior de desenvolver hipertensão, 3,4 vezes mais riscos de apresentar insuficiência renal e 2,1 vezes mais hipóteses de sofrer um episódio de origem cardiovascular, tais como enfarte agudo do miocárdio ou um acidente vascular cerebral (AVC).
Segundo explicou, em comunicado enviado à imprensa, William Clark, membro da equipa de investigadores, "os nossos resultados sublinham a necessidade de acompanhamento nos casos individuais de intoxicação por E. coli O157: H7 através da alimentação ou do consumo de água para prevenir ou reduzir as lesões vasculares silenciosas e progressivas”.
ALERT Life Sciences Computing, S.A.
segunda-feira, 6 de junho de 2011
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