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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

CRIANÇAS E BRINQUEDOS VIOLENTOS

é importante tomar especial cuidado com o que se dar às crianças.
O apelo de desenhos animados violentos é grande.Até meninas pedem bonecos de "heróis" armados!!Devemos repelir este tipo de brinquedo,nada de armas de plástico,bonecos armados ou games violentos.
Deve-se alimentar o sonho,a fantasia,oferecer brinquedos educativos,ensinar a paz e o amor.
Sabemos que é difícil,mas seja consciente na hora de presentear uma criança.
Leia artigo sobre o tema:
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FONTE:
http://bebevirtual.com/Bebe%200-1-69.htm-----------------------O brinquedo da criança - cuidados a ter
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Que papel têm os brinquedos na formação infantil? Como escolher os brinquedos próprios para cada idade? Brinquedos violentos conduzem, obrigatoriamente, à violência infantil? Como devem agir os pais e educadores perante estímulos violentos dirigidos às crianças?
Entrevista à psicóloga Sandra Nascimento, dirigente da Associação Portuguesa para a Segurança Infantil (APSI).
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Qual a função do brinquedo na educação e formação infantil?
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Há uma expressão muito engraçada que a secretária geral da nossa associação costuma utilizar: "A profissão das crianças é brincar, e a principal ferramenta delas é o brinquedo". O brinquedo é um dos meios que elas têm para explorar o mundo que as rodeia, os seus limites, experimentar as suas condutas, é um meio de imaginação. Assume um papel muito importante, no sentido em que é através do brinquedo que a criança vai experimentar, se vai relacionar com os outros e com o mundo.
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Há um tipo de brinquedo adequado para cada idade ou fase de desenvolvimento?
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Para as crianças, os brinquedos não são o mesmo que para nós. A utilização que os mais pequenos dão ao brinquedo nem sempre é aquela para a qual foi concebido e que vem nas instruções. Para eles até um tacho da cozinha pode ser um brinquedo, muito mais bonito e interessante do que aquele que vimos na loja e que achamos o máximo. Assim, tudo é um brinquedo.
Naturalmente, devemos ter o cuidado de escolher o brinquedo de acordo, não só com o estado de desenvolvimento da criança, a sua idade, mas também as suas características individuais. Há crianças que preferem brinquedos de utilização individual, outras gostam mais de atividades de grupo, muito ou pouco estruturadas. O que é importante, na escolha do brinquedo, é pensarmos na pessoa a quem ele se destina, e não naquilo que nós, pais, achamos interessante. É necessário olhar o mundo através dos olhos da criança, pensarmos naquilo que será mais aliciante para ela, que esteja adaptado às suas capacidades. Se escolhermos um brinquedo que é muito difícil para a criança, arriscamo-nos a que ela tente usá-lo e, na incapacidade de o compreender e executar as tarefas que lhe são propostas, acabe por perder o interesse e não gostar do brinquedo.
Por outro lado, um brinquedo demasiado fácil nem chega a motivar a criança. Por isso, é importante que envolva um desafio e também uma certa dose de risco. A APSI, ao promover a segurança infantil, não procura eliminar totalmente o risco da vida da criança. Isso não seria saudável, uma vez que estaríamos a expô-la a um mundo pouco real. A criança deverá ser confrontada com situações de risco calculado e moderado, que ela consiga facilmente perceber enquanto tal, que lhe permitirão ensaiar condutas e desenvolver competências para lidar com situações de risco.
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Devem-se respeitar, portanto, os graus de desenvolvimento infantil?
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O desenvolvimento das crianças segue uma seqüência de fases ou etapas, durante as quais elas vão desenvolvendo competências e capacidades diferentes, (cognitivas, afetivas, motoras). No entanto, cada criança é um caso, tem os seus próprios ritmos e características individuais, que devem ser respeitados na escolha dos brinquedos: o gosto pelo desenho, pelas construções, por atividades mais estruturadas. Não devemos forçar a criança, devemos apenas desafiá-la, dentro dos seus limites, e respeitar as suas preferências. Em termos desenvolvimentistas, são muito ricas as atividades pouco estruturadas já que permitem à criança dar asas à sua imaginação e criatividade. Os brinquedos de construção, por exemplo, dão espaço à criança para ir além daquilo que é proposto, criando histórias e personagens que a vão ajudar a relacionar-se com os outros e a comunicar com o mundo.
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Há alguma relação entre os brinquedos violentos - imitações de armas, jogos de vídeo, a própria televisão - e os comportamentos violentos de certas crianças?
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A violência dos brinquedos poderá ser abordada de duas formas. Por um lado, expor a criança a riscos que ela não compreende e com os quais não sabe lidar, é uma forma de violência. Os brinquedos são objetos feitos especificamente para elas, não deveriam ser objetos causadores de lesões e traumatismos. Por ano, acontecem cerca de 1500 acidentes com brinquedos que, claramente, não têm em conta as características das crianças a quem se destinam. O próprio ruído emitido pelo funcionamento de alguns brinquedos, que pode levar à surdez parcial ou total e permanente, bem como provocar alterações comportamentais no próprio, ou nos que estão perto, também pode ser entendido como uma forma de agressão.
Por outro lado, o conteúdo violento dos brinquedos é outra coisa que nos deve preocupar. É incrível a quantidade de violência a que as nossas crianças são expostas diariamente, muitas vezes sob a nossa vigilância. Inúmeros estudos confirmam uma correlação entre a quantidade de exposição de uma criança a conteúdos violentos e a sua atitude em relação à violência.
Mas, como é obvio, a violência não resulta apenas de um fator isolado, mas de inúmeros fatores, designadamente, a envolvente sócio-econômica, a envolvente familiar, as características individuais da criança ou jovem, o grau de exposição a conteúdos violentos, que a podem predispor mais para este tipo de comportamentos. Os CD-Roms e outros jogos interativos "violentos", os brinquedos semelhantes a armas e a exposição excessiva e continuada a situações violentas podem provocar a familiarização da criança com a violência e os comportamentos agressivos, promovendo a utilização destes, por exemplo, na resolução de conflitos. Por exemplo, face a jogos que sistematicamente recorrem à violência como forma de lidar com diferentes situações, a mensagem que a criança "entende" é que se pode resolver situações difíceis ou de conflito com agressão e que se pode mesmo ser recompensada por isso. Teme-se mesmo, segundo um estudo da American Psychological Association, que os jogos interativos promovam mais facilmente comportamentos agressivos, já que a interatividade facilitaria a identificação com os personagens e com os seus comportamentos. Isto é verdadeiramente preocupante se pensarmos que a própria finalidade dos jogos chega a ser, por vezes, perversa. Quando o objetivo último e principal do jogo é agredir pessoas, atropelar e até matar, o resultado não pode ser positivo. É realidade virtual, mas em determinadas fases de desenvolvimento, a criança não distingue o real do irreal.
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Qual deve ser a intervenção dos pais e educadores nesse domínio?
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Convém limitar, sem vedar, o acesso da criança a certo tipo de estímulos violentos. É necessário controlar os conteúdos e o tempo de exposição à televisão, participar ativamente na escolha dos jogos interativos e dos brinquedos que contêm alusões a armas. Não é possível, nem desejável, fechar a criança numa redoma, num mundo artificial. O contacto com a realidade é importante para a aquisição e desenvolvimento de comportamentos e competências para lidar adequadamente com a violência. É importante a presença de um adulto enquanto a criança assiste aos programas de televisão ou joga computador, discutir com ela os conteúdos, as consequências deste ou daquele comportamento, chamar-lhe a atenção para os efeitos da violência.
O exemplo dos adultos é importantíssimo. Não vale a pena dizer que não se deve agredir os outros quando nós próprios reagimos com violência em muitas ocasiões.
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Que conselhos daria aos pais na escolha dos brinquedos?
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É essencial que o brinquedo seja seguro. Até aos três anos, os pais têm de ter cuidados redobrados porque a principal forma que a criança tem de explorar o mundo é levando os objetos à boca. Brinquedos ou partes de brinquedos que tenham uma dimensão inferior ao diâmetro de uma moeda de 50 escudos poderão ser engolidos pela criança, levando à asfixia.
Os pais deverão verificar se o brinquedo possui a marcação CE, que é apenas uma presunção de conformidade com a norma, mas que pode ser útil como indicação. É imprescindível verificar se tem partes facilmente destacáveis, pêlos que se soltam facilmente, puxando e testando antes de dar o brinquedo à criança. É preferível que estas partes fiquem nas mãos do adulto do que na garganta da criança. Há que verificar as arestas do brinquedo, se são susceptíveis de provocar cortes ou outras lesões.
Por fim, é obrigatória a indicação em português da idade a que se destina o brinquedo, bem como o nome e contacto do representante em Portugal. As instruções e precauções devem também encontrar-se em Português. Todos estes fatores devem ser verificados, e se algum não estiver conforme, pode ser indicação de outras anomalias.
É importante verificar se crianças com menos de três anos têm acesso aos brinquedos dos mais velhos, que não lhes são destinados. Com as crianças mais velhas, há que ter precaução com todos os brinquedos que impliquem movimentação, como as pistolas de água ou as flechas, visto que, ao serem arremessados, adquirem mais força do que a que normalmente têm. Ainda em relação aos mais velhos, quando andam de skate, patins ou bicicleta, devem fazê-lo com dispositivos de proteção adequados. É preciso ter em atenção que existem alguns brinquedos no mercado, que simulam estes equipamentos, mas que não oferecem a proteção necessária.
Relativamente aos outros aspectos, é importante que o brinquedo escolhido tenha interesse lúdico para a criança, seja flexível, e permita que ela ponha em prática toda a sua criatividade e imaginação. Deve, ainda, ser desafiante e envolver algum risco, no sentido de promover o desenvolvimento de novas capacidades, sem nunca pôr em causa a sua segurança. Deve ter em conta as suas características individuais. É bom deixar a criança escolher aquilo que mais gosta de fazer, sem deixar de ter um papel ativo nessa escolha. E nunca esquecer que, principalmente no caso dos bebês, o brinquedo não vai ter necessariamente a utilização para a qual foi previsto, vai ser aberto, desmontado, explorado, e tem de estar preparado para isso.

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