Minha lista de blogs

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

BBC 04/10/2010 01h32 - Atualizado em 04/10/2010 07h47 Herdeira de Lula vence mas não evita segundo turno, diz 'El País' Resultado das eleições deste





BBC

04/10/2010 01h32 - Atualizado em 04/10/2010 07h47
Herdeira de Lula vence mas não evita segundo turno, diz 'El País'
Resultado das eleições deste domingo foi destaque na imprensa internacional.


BBC


Uma matéria de capa na edição online do jornal espanhol El País neste domingo destaca o resultado das eleições presidenciais no Brasil e diz que a "herdeira de Lula (Dilma Rousseff) vence, mas não evita o segundo turno".

Segundo o diário, as "enormes expectativas despertadas pela candidatura de Dilma" podem terminar sendo prejudiciais no segundo turno, caso o resultado deste domingo seja visto como uma derrota.

O El País afirma ainda que Marina Silva (PV) ganha importância no segundo turno.

"A negociação para o segundo turno se complica e dá um papel de grande importância à candidata do Partido Verde", afirma o texto.

O papel de Marina Silva também é mencionado pelo italiano La Repubblica.

"O resultado da votação é uma surpresa, visto que a ex-guerrilheira e economista apoiada por Lula parecia ter o caminho livre rumo ao Planalto", afirma a reportagem.

"Na falta de consenso sobre Rousseff, parece ter pesado também o ótimo resultado de Marina Silva, a candidata do Partido Verde, que obteve 19,9% (dos votos)", diz o texto.

Carisma
O francês Le Figaro diz na manchete de seu site que "sem surpresa, Dilma Rousseff chega na frente", mas deve enfrentar o segundo turno.

Na Grã-Bretanha, o jornal The Guardian afirma que o Brasil "por pouco não elegeu sua primeira mulher presidente".

O jornal diz que apesar de "a ex-chefe de gabinete de Lula" ter o apoio do presidente, "ela não tem o carisma e o reconhecimento de seu mentor político" e afirma que muitos eleitores não conhecem bem a candidata e se referem a ela simplesmente como "a mulher de Lula".

O americano The New York Times diz que Dilma "estava na liderança na noite de domingo em sua tentativa de ser a primeira mulher presidente do Brasil, mas não conseguiu obter votos suficientes para evitar o segundo turno".

Segundo a reportagem, assinada pelo correspondente no Brasil, "analistas expressaram poucas dúvidas" de que Dilma possa vencer seu adversário, o candidato do PSDB, José Serra, no segundo turno.

"Apesar de sua falta de experiência política e charme público, ela pegou carona na onda de prosperidade e bem-estar no Brasil sob a liderança de (Luiz Inácio Lula) da Silva, cujos índices de aprovação estão perto de 80%", diz o texto.

Mulheres
O The New York Times afirma ainda que, se vencer o pleito, Dilma vai se unir a uma onda de mulheres eleitas para cargos de liderança nos últimos cinco anos, incluindo Michelle Bachelet (ex-presidente do Chile), Cristina Kirchner (presidente da Argentina) e Angela Merkel (chanceler alemã).

A manchete do site do jornal Miami Herald também destacou o fato de a "escolhida de Lula" ter de enfrentar seu rival em um segundo turno.

O segundo turno foi destaque ainda no site da rede de TV CNN, que disse que, apesar de receber a maioria dos votos, "a sucessora escolhida a dedo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva" não conseguiu o necessário para vencer no primeiro turno.

Escândalo e aborto
O venezuelano El Universal diz na manchete de seu site que Dilma não obteve os votos necessários para triunfar no primeiro turno, "à sombra de um escândalo de corrupção de última hora no partido governista e dúvidas sobre sua postura frente a questões sociais como o aborto".

"Nas últimas semanas, acusações contra a chefe de gabinete de Lula e ex-braço direito de Rousseff (Erenice Guerra) e perguntas entre cristãos evangélicos sobre a posição de Rousseff em relação ao aborto e outros temas parecem ter injetado dúvida suficiente entre os eleitores e ter custado sua vitória no primeiro turno", diz o jornal.
04/10/2010 06h40 - Atualizado em 04/10/2010 07h28
Para 'FT', vitória de Dilma passa de certa a 'questionável'
Diário britânico crê que resultado que leva disputa para o 2º turno é 'surpreendente' e um golpe 'abalador' para Lula.


Em reportagem publicada nesta segunda-feira, o diário britânico "Financial Times" avalia que o resultado do primeiro turno das eleições brasileiras coloca em questão a certeza de uma vitória da candidata do PT, Dilma Rousseff, no segundo páreo.

Em artigo intitulado "Eleições presidenciais do Brasil vão para o segundo turno", a publicação financeira diz que o pleito deu uma "volta surpreendente" ao se confirmar que Dilma não obteve os votos suficientes para liquidar a disputa no domingo.

"O resultado será um golpe abalador para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fez da sucessão a sua prioridade no último ano de governo", afirmou o "FT".

"O segundo turno promete ser uma campanha dura. Rousseff será forçada a entrar em confronto direto com (o candidato do PSDB, José) Serra, algo que ambos os candidatos evitaram até o momento."

A reportagem ressalta que o resultado das urnas também deve fortalecer a posição da candidata do Partido Verde, Marina Silva, que obteve mais de 19% dos votos e "pode desempenhar um papel decisivo" na disputa, dependendo de que candidato apoiar a partir de agora.

"Até o momento, os investidores ignoraram as eleições, acreditando ser um evento sem novidades e partindo do princípio de que nem Rousseff nem Serra se desviarão muito das políticas macroeconômicas ortodoxas seguidas por Lula e (o ex-presidente Fernando Henrique) Cardoso nos últimos 16 anos", afirma o "FT".

"Analistas têm manifestado que, mesmo sem conseguir a vitória no domingo, Rousseff deve vencer no segundo turno - um pressuposto que agora parece questionável."

Outros jornais
O espanhol "El País" avalia que "com os resultados, José Serra salva sua carreira política e Marina Silva consolida sua alternativa e sua capacidade de negociação diante do segundo turno".

Para o diário espanhol, "as enormes expectativas despertadas pela candidatura de Dilma podem terminar prejudicando-a no segundo turno, se seu triunfo, indubitável, mas insuficiente, na primeira rodada se percebe como uma derrota".

"Se, passado o escrutínio, Dilma se mantém em torno dos 43% - 45% dos votos, a negociação para a segunda rodada se complica e dá um papel de grande importância à candidata do Partido Verde."

Em outros jornais, as reportagens publicadas nesta segunda-feira se concentram na vantagem de Dilma e levantam questões sobre um futuro "pós-Lula".

Em editorial, o também britânico "The Daily Telegraph" disse que o apoio de Lula dá a Dilma uma "vantagem incomparável".

"Se isto será traduzido em sucesso de governo, é outra questão. Rousseff é uma administradora eficiente, mas não tem a mesma habilidade política de seu mentor. Ela precisará de ambas as qualidades para conduzir as reformas iniciadas pelo principal partido da oposição (durante os anos FHC)", relata o jornal.

O francês "Le Figaro" observa que os eventos relacionados às eleições brasileiras não estão sendo acompanhados "ansiosamente" apenas no Brasil, mas também nos países vizinhos, onde a diplomacia brasileira é ativa.

Na visão do jornal, a liderança de Lula e a guinada à esquerda do continente na última década permitiram ao Brasil defender um mundo "multipolar" na região nos últimos oito anos.
Brasil
Base de Lula fica a uma vaga de obter maioria qualificada no Senado

Partidos que apoiam Dilma Rousseff passarão a controlar 48 das 81 cadeiras de senador--

Aloysio Nunes (esq.), eleito senador, posa com Mônica e José Serra

Os partidos que dão apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ampliaram sua presença no Senado nas eleições de 2010, que renovaram dois terços da casa, e passarão a controlar 48 das 81 cadeiras.

O número fica a uma vaga de chegar a 60% (49 cadeiras) dos senadores, o que configuraria a chamada "maioria qualificada", que permitiria aprovar assuntos mais complexos, como as emendas à Constituição.

O PT, partido de Lula e da candidata Dilma Rousseff, passou de oito para 13 senadores. O PMDB, sigla do vice de Dilma, Michel Temer, aumentou sua bancada no Senado de 17 para 19 parlamentares.

PSB, PDT e PR ficaram com quatro senadores cada, enquanto o PC do B garantiu duas cadeiras. PRB e PSC ficaram com um senador cada.

O PSDB, partido do presidenciável José Serra, perdeu cinco cadeiras, caindo de 16 para 11. Já o número de senadores do DEM, outro partido integrante da chapa de oposição, caiu de 13 para sete.

O PTB ficou com seis cadeiras, enquanto o PP terminou com cinco, o PSOL com duas, e PPS e PMN com uma cada.

Desta forma, caso Dilma seja eleita no segundo turno, ela encontrará um Senado mais favorável do que seus dois antecessores, quando eleitos - mesmo não chegando a uma maioria qualificada. Além disso, PP e PTB, dois partidos que formalmente não são aliados de Lula, já votaram com o governo anteriormente. Já a relação dos deputados federais eleitos será confirmada pela Justiça Federal somente na segunda-feira, devido à situação dos candidatos que enfrentaram pedidos de impugnação durante a corrida eleitoral.

Embora ainda não estejam fechados os números da eleição, já é conhecido o nome do candidato mais votado para a Câmara Federal no Brasil: é Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca (PR), que levou mais de 1,35 milhão de votos em São Paulo. Já o senador mais votado no país foi Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), com 11,1 milhões.

Indicador

Pelos dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) e considerando a avaliação de cientistas políticos, nem Fernando Henrique Cardoso, nem Luiz Inácio Lula da Silva saíram das urnas com uma maioria tão forte no Senado.

Nas eleições de 1994, por exemplo, os brasileiros elegeram 34 senadores da base de apoio a Fernando Henrique, número que aumentou para 41 senadores em sua reeleição, em 1998.

Já a coligação de apoio ao presidente Lula conquistou 31 vagas no Senado em 2002, praticamente o mesmo número registrado na eleição de 2006.

Na prática, não é possível garantir que um parlamentar da base governista votará sempre a favor do Executivo, assim como também pode haver dissidentes entre a oposição.

No entanto, analistas concordam que o número que sai das urnas funciona como um "indicador significativo" do tamanho do apoio que o novo presidente terá nos próximos anos.

"Não há dúvida que, quanto maior o apoio parlamentar que sai das urnas, maior a legitimidade do presidente eleito para discutir suas propostas", diz o cientista político Fabiano Santos, da Uerj.

Tanto Fernando Henrique como Lula atingiram, em alguns momentos, essa mesma proporção de votos - mas esse apoio não foi fruto das urnas, mas sim de intensas negociações posteriores.

Em 2002, por exemplo, o governo Lula conseguiu aprovar uma reforma na Previdência mesmo não tendo os três quintos do Senado, mas, para isso, teve de negociar intensamente com o PMDB, partido de fora da base, que condicionou seu apoio a um maior espaço nos ministérios.

Interesses

Os especialistas têm sido unânimes em reconhecer a importância do apoio parlamentar que um novo governo obtém nas urnas, mas acrescentam que esse apoio "não é automático".

"É preciso lembrar que os partidos não são homogêneos. Ou seja, há diferentes vertentes e posições mesmo dentro dos partidos que estiveram unidos em torno de um candidato", diz Carlos Melo, cientista político do Insper.

Além disso, diz o professor, quanto maior a base aliada, maior será a demanda por "espaço no governo".

"Mesmo saindo com maioria das urnas, o presidente precisa estar sempre negociando, apartando interesses. Inclusive com sua própria coligação", diz Melo. "FHC, Lula, todos tiveram que compor o governo dessa forma", acrescenta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário