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quarta-feira, 9 de junho de 2010

BRASÍLIA, A MÃE DE TODOS OS ESCÂNDALOS...

OpiniãoLivre.com.br

Mergulhada num eterno mar de corrupção e sufocada por ondas sucessivas de escândalos, Brasília vai completar 50 anos no próximo 21 de abril. Os principais veículos da mídia cabocla estão faturando alto com anúncios programados pelo ora trancafiado (ex-) governador José Roberto Arruda, que, entre outras bravatas, diz ser a cidade artificial uma das “mais admiráveis do mundo”.

No recente carnaval do Rio, os bicheiros da Escola de Samba Beija-Flor também não se deram mal, faturando a partir de contrato com o GDF mais de R$ 5 milhões para o desfile do samba-enredo “Brilhante ao sol do novo mundo, Brasília do sonho à realidade, a capital da esperança”.

Na onda das festividades, o insaciável Arruda, homem para quem a política é a melhor forma de se navegar na lama, tratava também de trazer à Capital Federal, por alguns milhões de Euros, o ex-beatle Paul McCartney - queria ouvir de perto “Yesterday”.

Por sua vez, como a cultura no Brasil vive sempre farejando “bons negócios”, vários cineastas tupiniquins, permanentemente ativos na “captação” das perdulárias verbas públicas, trataram de articular projetos cinematográficos para louvar a Jóia da Coroa. O próprio Carlos Diegues, o velhíssimo Cacá, prefaciador de indigente livro de José Roberto Arruda sobre a mãe de Glauber Rocha (“Lúcia – A mãe de Glauber” - Geração Editorial, São Paulo, 1999), já havia se reunido em Brasília com o governador “mensaleiro”, tramando a produção de filme milionário para “celebrar” os 50 anos da “Capital da Esperança”.

Não sei se os leitores sabem, mas Brasília nasceu de um porre. O negócio foi assim: em abril de 1955, Juscelino Kubitschek, então candidato à presidência da República, saltou na pequena cidade de Jataí, Goiás, para fazer discurso de campanha. Lá para tantas, no final do comício, entre promessas, acenos e sorrisos, JK foi interrompido por um popular - o Toniquinho da Farmácia - que estava completamente embriagado. Sem se agüentar nas pernas, voz pastosa, a folclórica figura jataíense provocou o candidato:

- “Se vosmecê for eleito vai mudar a Capital Federal para o Centro Oeste, conforme reza a Constituição de 1891?”.

Tomado de surpresa, Juscelino, raposa velha, improvisou:

- “Sendo um preceito constitucional, daria, sim, os primeiros passos neste sentido”.

Mas logo depois, enxergando na provocação do bêbado um “negócio da China”, passou a fazer dela o cavalo de batalha do seu “plano de metas”.

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