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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Libertarianismo na China antiga...

Instituto Ludwing Von Mises Brasil

As três principais escolas do pensamento político — legalistas, taoístas e confucionistas — estabeleceram-se entre os séculos VI e IV a.C. Grosso modo, os legalistas, a última das três grandes escolas, acreditavam simplesmente em conceder o máximo poder ao estado, e aconselhavam os governantes sobre como aumentar esse poder. Os taoístas foram os primeiros libertários do mundo, que acreditavam em virtualmente nenhuma interferência do estado na economia ou na sociedade, e os confucionistas encontravam-se no meio-termo nesta questão crucial. A elevada figura de Confúcio (551-479 a.C.), cujo nome real era Ch'iu Chung-ni, era a de um homem erudito vindo de uma família empobrecida, porém aristocrática, da decadente dinastia Yin, que se tornou marechal do estado de Sung. Na prática, ainda que muito mais idealístico, o pensamento confucionista pouco diferia do pensamento legalista, visto que o confucionismo era amplamente dedicado ao estabelecimento de uma burocracia filosoficamente educada para governar na China.

De longe, a mais interessante das escolas de filosofia política chinesa foi a taoísta, fundada pela figura muito importante, mas sombria, de Lao Tzu. Pouco se sabe sobre a vida de Lao Tzu, mas aparentemente ele foi um contemporâneo e conhecido de Confúcio. Como este último, era originário do estado de Sung e descendente da baixa aristocracia da dinastia Yin. Ambos viveram em uma época de tumultos, guerras e estatismo, mas cada um reagiu de maneira muito diferente. Lao Tzu desenvolveu a opinião de que o indivíduo e sua felicidade eram a unidade fundamental da sociedade. Se as instituições sociais prejudicassem o florescimento do indivíduo e sua felicidade, elas deveriam ser reduzidas ou completamente abolidas. Para o individualista Lao Tzu, o governo, com suas "leis e regulamentos mais numerosos que os cabelos de um boi", era um opressor cruel do indivíduo, e "mais temível do que os tigres ferozes". O governo, em suma, deve ser limitado ao mínimo possível; "inação" tornou-se a palavra-chave para Lao Tzu, uma vez que somente a "inação" do governo pode permitir que o indivíduo floresça e alcance a felicidade. Qualquer intervenção por parte do governo, declarou ele, seria contraproducente, e levaria a confusão e tumultos. Primeiro economista político a discernir os efeitos sistêmicos da intervenção governamental, Lao Tzu, após observar a experiência comum da humanidade, chegou à sua penetrante conclusão: "Quanto mais tabus artificiais e restrições existirem no mundo, mais empobrecidas serão as pessoas - quanto mais as leis e regulamentos forem colocados em destaque, mais ladrões e assaltantes existirão".

A pesada tributação e a guerra, segundo Lao Tzu, eram o que havia de pior nas intervenções governamentais. "As pessoas têm fome porque o roubo por superiores consome o excedente na forma de tributação" e "onde os exércitos estiverem posicionados, espinhos e silvas crescem. Depois de uma grande guerra, difíceis anos de fome certamente seguirão".

O caminho mais sensato é manter o governo simples e inativo para que o mundo então "se estabilize".

Como Lao Tzu coloca: "Portanto, o Sábio diz: eu não tomo nenhuma atitude e ainda assim as pessoas se transformam, eu favoreço a quietude e as pessoas se corrigem, eu não tomo nenhuma atitude e as pessoas se enriquecem".

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