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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Modere seu entusiasmo com o Brasil...

OrdemLivre.Org

Por Mary Anastasia O'Grady

O magnata brasileiro Eike Batista ocupou o oitavo lugar na lista dos indivíduos mais ricos do mundo deste ano, elaborada pela revista Forbes, uma ascensão meteórica do seu posto de 61º no ano passado. Agora abundam rumores de que logo chegará ao primeiro lugar.

O motor da crescente fortuna de Batista é o ouro negro. Sua empresa de petróleo e gás, OGX, obteve os direitos de extração na bacia de águas pouco profundas localizada na costa do estado do Rio de Janeiro, e estima que suas reservas alcancem os 6,7 bilhões de barris.

Espera-se de um bilionário "self-made" do Rio de Janeiro que seja ousado, carismático e visionário, e Batista não desaponta. Eu conversei com ele quando ele estava em Nova York na semana passada para a conferência Invest in Rio do Wall Street Journal. Em um almoço na quarta-feira, ele hipnotizou a multidão com seu entusiasmo, não apenas por seus próprios projetos de desenvolvimento petroleiro, construção de portos e navios, mas também por seu país. Apesar de muitos erros no passado, disse ele, o Brasil mudou e está pronto para reclamar seu lugar de direito entre as nações industrializadas.

De que Batista é uma sensação, disciplinado e arrojado, e com muita sabedoria política, não há dúvida. Mas será que suas oportunidades no setor de petróleo e gás implica uma maré em alta para o resto do país? Custo a acreditar. Na verdade, quanto mais a elite do país fala sobre as parcerias público-privadas para reinventar o Brasil com sua riqueza recém-descoberta, mais soa como o mesmo corporativismo latino de sempre.

É verdade que a vida dos brasileiros está mundos melhor do que era no início dos anos 1990, quando a hiperinflação alimentava um caos nacional. O crédito por domar os preços vai para o presidente por dois mandatos Fernando Henrique Cardoso, cujo governo implementou o Plano Real, fixando a moeda nacional junto com o dólar. Embora a amarra tenha sido abandonada em 1999, FHC agarrou-se ao sonho antiinflação, contratando Armínio Fraga, um bem-sucedido administrador de fundos de hedge, para assumir o Banco Central. Fraga priorizou a transparência do banco, e o mercado agora dá lições financeiras ao Brasil. FHC também liderou o esforço pela responsabilidade fiscal dos estados.

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