terça-feira, 1 de junho de 2010
obesidade animal.
A obesidade em cães, gatos, papagaios, hamster, chinchilas, entre outros animais de estimação vem crescendo de maneira alarmante em nosso país. Ao mesmo tempo a obesidade em adultos e crianças “humanas” também tem preocupado órgãos de saúde em todo o mundo! Será apenas mais uma coincidência, ou estamos transferindo nossos hábitos indisciplinados aos nossos amiguinhos, condenando-os a diversos problemas de saúde e baixa qualidade de vida?!
Vitória e Paula adoram sua linda basset hound Digina. Ela é paparicada o dia inteiro, principalmente no que diz respeito a alimentação. “Digina não pode ouvir o barulho da geladeira ou dos armários da cozinha que levanta e vem com aquela cara de pidona!” – diz Paula. “Não dá para resistir, não é mesmo?!” – complementa Vitória, mãe de Paula.
Digina come uma ração de ótima qualidade, que é servida em grandes quantidades, sendo que sua vasilha fica cheia durante o dia todo. “Sempre que percebo que a vasilha esta acabando vou lá e completo”. Além disto, a cadelinha de 4 anos ainda acompanha as donas em todas as refeições e nos petiscos entre as refeições também! “ela come chocolate, biscoitos, churrasco, mas o que ela mais adora é pizza!”
Digina é como se fosse da família, adorada, tudo na casa gira em torno dela. Porém, graças a este “excesso de amor” ela está com quase 20 quilos acima de seu peso ideal e, sendo um cão de pernas curtas e corpo alongado, típico dos bassets, apresenta um problema de coluna que provavelmente a levará a uma cirurgia. Ela caminha com bastante dificuldade e por pouquíssimo tempo, logo apresenta cansaço e tosse. “O veterinário dela suspeita de problemas cardíacos, mas ainda não tivemos tempo de levá-la para fazer os exames”!
“Na verdade sabemos que isto não é bom para ela, mas não conseguimos acertar nem nossa alimentação, imagine a dela!” – diz a mãe.
As histórias de Gina e Bola, duas lindas gatinhas, são bastante parecidas com a da cadela Digina. As donas são apaixonadas pelas gatas e enchem estas de mimos, carinhos e ”vida boa”! “Gina só quer saber de comer e dormir! Ela fica sozinha o dia todo deitada no sofá... quando chego ela sobe no móvel da cozinha e pede os sachezinhos e pasteizinhos dela! Se eu não dou ela fica brava e não me deixa em paz enquanto não vou lá atendê-la”! – conta alegremente sua “proprietária” Rosa. “Bola é a mesma coisa! Acho que eu é que a acostumei mal!” – admite Marta - “Ela é gorda por excesso de carinho!”.
Ambas as proprietárias se consideram acima do peso também!
Mas o caso de Carlos é diferente. “Proprietário” de uma rotweiller de 5 anos de quase 70 quilos é um atleta. Corre todos os dias e tem um ótimo condicionamento físico. Carlos tem uma alimentação balanceada para si, e gostaria de balancear a de sua cadela Teca. “Sou muito preocupado com a alimentação de Teca. Compro sempre as melhores marcas, mas é que ela come muito! Ela fica o dia todo comendo, não tenho coragem de dar aquela quantidade que a embalagem recomenda!”
Outro agravante citado é o volume de petiscos. “Teca é adestrada. Durante o processo de adestramento acostumei a dar bifinhos para ela como recompensa. Depois, comecei a dar bifinhos sempre que ela fazia algo bacana, ou queria agradá-la. Acho que ela ficou viciada!” – conta Carlos rindo da situação. “O veterinário dela diz que preciso exercitá-la e controlar a alimentação, mas ela é preguiçosa e não quer andar! Ela já está com problema no joelho e no quadril por causa do peso, e com alterações na glicemia. O doutor aconselhou uma ração especial, mas ela nem olhou para esta ração... deve ser muito ruim!”
Já com Caco, o problema parece ter sido outro. Papagaio nascido na natureza e fruto do tráfico de animais silvestres, Caco chegou aos “proprietários” de maneira ilegal e sem nenhuma orientação. O casal de proprietários, gente simples vinda do interior de São Paulo, cresceram com papagaios soltos em casa e nem tinham conhecimento de que esta prática era proibida por lei no Brasil. Compraram o papagaio por recomendação de um amigo, que também deu as dicas de como alimentá-lo. Nos primeiros dias uma papinha feita de leite e fubá. Conforme ele crescesse poderia ser inserido gradualmente sementes de girassol, que é o que um papagaio come a vida adulta toda (!) Uau!
Graças a esta bela recomendação, Caco chegou aos 4 anos obeso, com sérios problemas cardíacos e alguns de má formação, afinal, aves não são mamíferos e é claro que nunca deveriam tomar leite. Papagaios são aves nacionais e girassol não é planta nacional. Só por este fato já dá para imaginar que não é esta a alimentação ideal para este animal! O girassol é uma semente com muita gordura e pouco recomendada para a dieta destes psitacídeos, embora seja culturalmente a comida preferida deles! “Mas ele adora o girassol!” diz o “proprietário”.
O papagaio é animal que vive em média 80 anos, semelhante ao ser humano. Sendo assim, imagine uma criança de um ou dois anos comendo hambúrguer diariamente em todas as refeições! Aos quatro anos de idade realmente teremos um quadro bastante comprometedor, não acham?
Mova-se!
E assim ocorre com muitos e muitos animais de estimação por todo o mundo. Não é falta de amor, nem de cuidados. No geral estes problemas estão mais ligados a uma visão equivocada do que é gostar de um animal. Outras vezes é pura falta de informação.
Amar um animal significa propiciar o ideal para que ele se desenvolva de melhor maneira. Alimentação de boa qualidade e nas quantidades recomendadas pelos fabricantes. Dê petiscos, mas de maneira controlada, no restante do tempo dê carinho, passeios, brincadeiras.
Propicie exercícios físicos para seus animais, seja ampliando o espaço que ele tem acesso, seja aumentando a gama de atividades, brincadeiras, passeios que você faz com ele.
Se gosta de seu animal, mostre isto aprendendo sobre ele, satisfazendo as suas necessidades (as dele!) de maneira responsável e seguindo orientações de veterinários, criadores, profissionais do segmento, adestradores.
Trinta minutos de atividade física diária farão grande diferença na sua vida e na de seu pet, tanto na saúde de ambos, como no contato afetivo, no estreitamento dos laços mais profundos!
Este texto foi extraído da Revista Animal de Março e pode ser utilizado em qualquer lugar desde que citando a fonte..
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