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quarta-feira, 17 de março de 2010

HPV atinge 30% das mulheres.


Estimativas apontam que o Papiloma Vírus Humano (HPV) atinge 30% das mulheres entre 15 e 60 anos. Mas muitas pessoas são portadoras sem apresentar sintomas, apesar de continuarem transmitindo o vírus




[05 Março 15h28min 2005]

Ainda não há uma cura para o vírus, mas há controle. Após ser detectado, as células da região afetada devem ser destruídas através de processos físicos ou químicos.


Um vírus que pode ficar instalado no corpo sem se manifestar, transmitido através de contato sexual e que está diretamente associado ao câncer de colo de útero. Com essas características, o Papiloma Vírus Humano (HPV) é considerado uma das principais preocupações relacionadas à saúde da mulher.

Segundo a chefe do Departamento de Saúde Materna Infantil da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Sílvia Bonfim Hyppólito, cerca de 30% das mulheres entre 15 e 60 anos apresentam o HPV. ''Essa é apenas a ponta do iceberg. Muita gente é portador e não sabe'', destaca. O vírus vive na pele e nas mucosas genitais tais como vulva, vagina, colo de útero, e pênis.

''Se a pessoa evita o HPV tem menos chance de desenvolver câncer de colo de útero'', destaca o ginecologista Edson Lucena. Apesar de nem todo tipo de HPV levar ao câncer, está comprovado que a maioria das mulheres que desenvolvem tumores malignos no colo do útero foram antes infectadas pelo HPV.

Lucena explica que ainda não há uma cura para o vírus, mas há controle. Após ser detectado, as células da região afetada devem ser destruídas através de processos físicos ou químicos. O médico lembra que mesmo sem desenvolver sintomas, a pessoa pode estar transmitindo o HPV. ''Alguns filhos de mães com HPV podem desenvolver o vírus na laringe após o parto'', acrescenta.

O presidente da Sociedade Cearense de Ginecologia e Obstetrícia, Fernando Aguiar, explica que há vários tipos de HPV. Apesar alguns serem mais perigosos que outros, por estarem relacionados ao câncer de colo de útero, todos exigem tratamento. O diagnóstico precoce impede que a paciente tenha complicações futuras. No entanto, a melhor forma de combater o HPV ainda é através da prevenção. (Débora Dias)


SAIBA MAIS SOBRE HPV

O que é
- O HPV (sigla em inglês para Human Papiloma Virus) é uma família de vírus com mais de 80 tipos. Vive na pele e nas mucosas genitais tais como vulva, vagina, colo de útero e pênis. Trata-se de uma infecção adquirida através de contato sexual.
- Nos genitais, existem duas formas de manifestação clínica: as verrugas genitais que aparecem na vagina, pênis e anus; e outra forma, que é microscópica, que aparece no pênis, vagina e colo de útero. Na vulva, ele causa a doença chamada condiloma genital.
- Enquanto alguns deles causam apenas verrugas comuns no corpo, outros infectam a região genital, podendo ocasionar lesões que, se não tratadas, se transformam em câncer de colo do útero. Geralmente, esta infecção não resulta em câncer. Mas é comprovado que 99% das mulheres que têm câncer do colo uterino, foram antes infectadas por este vírus. No Brasil, cerca de 7 mil mulheres morrem anualmente por esse tipo de tumor.

Sintomas e diagnóstico
- Na maioria das vezes, a infecção pelo HPV não apresenta sintomas. O vírus pode ficar instalado no corpo por muito tempo sem se manifestar, apesar de poder ser transmitido. Pode entrar em ação em determinadas situações como na gravidez ou numa fase de estresse, quando a defesa do organismo fica abalada.
- A mulher tanto pode sentir uma leve coceira, ter dor durante a relação sexual ou notar um corrimento. O mais comum é ela não perceber qualquer alteração em seu corpo.
- O diagnóstico de suspeita do HPV é feito através dos exames de papanicolaou ou a colposcopia e o diagnóstico de certeza é feito através de biópsia da área suspeita. Existem também exames que identificam o tipo do vírus e se os mesmos são cancerígenos.

Tratamento
- Uma vez detectado, e se está causando lesão específica, as células do local devem ser submetidas a destruição química ou física. O procedimento deve sempre ser indicado e realizado por médico especialista.
- Em seus estágios iniciais, as doenças causadas pelo HPV podem ser tratadas com sucesso em cerca de 90% dos casos, impedindo que a paciente tenha maiores complicações no futuro.
- O HPV pode ser controlado, mas ainda não há cura contra o vírus. Deve ser feito o acompanhamento sistemático.
- A melhor arma contra o HPV é a prevenção e se fazer o diagnóstico o quanto antes.

Prevenção
- Manter cuidados higiênicos
- Ter parceiro fixo ou reduzir o número de parceiros
- Usar preservativos em todas as relações sexuais
- Visitar regularmente seu ginecologista para fazer todos os exames de prevenção
- É importante que o parceiro também procure um médico para verificar se ele está com o vírus.

Fonte: Sérgio dos Passos Ramos, ginecologista; Édson Lucena, ginecologista.


PROBLEMAS QUE ATINGEM A SAÚDE DA MULHER

Gonorréia
Infecção causada por uma bactéria. Na mulher tem aspecto clínico variado desde formas quase sem sintomas até vários tipos de corrimento amarelados e com odor forte na vagina (vaginite) e uretra. A infecção não tratada avança para trompas e útero. A mulher infectada transmite a doença para o filho durante o parto, podendo dar cegueira na infeção dos olhos do bebê.

Sífilis
É uma infeção causada por uma bactéria. No homem e na mulher, 20 a 30 dias após o contato sexual surgem uma pequena ferida (úlcera) nos órgãos genitais (pênis, vagina, colo do útero, reto). Essa úlcera também é chamada de cancro duro (que vem junto com gânglios na virilha) e ambos desaparecem em um mês, dando a falsa impressão de que a doença sarou. Surgem depois de um a dois meses manchas na pele (sífilis secundária), que pode progredir agredindo o sistema nervoso e o coração. As gestantes com sífilis podem ter abortamentos, natimortos ou fetos com problemas de má formação.

Cancro Mole ou Bubão
É causada por uma bactéria chamada Haemophilus ducrey. Neste caso, surgem várias feridas nos genitais (que são doloridas) e na virilha. A secreção dessas feridas podem contaminar diretamente, sem ter relações sexuais, outras pessoas e outras partes do corpo.

Tricomoníase
É causada pelo protozoário Trycomona vaginalis. Na mulher causa um corrimento amarelo, fétido, com cheiro típico, que pode causar irritação urinária. No homem passa despercebido, mas mesmo assim ele pode contaminar e ser contaminado pela mulher. O casal deve fazer o tratamento.

Herpes Genital
É causada por vírus. Em ambos os sexos surgem pequenas bolhas que se rompem e causam ardência ou queimação (mas, que cicatrizam sozinhas). Aparecem e desaparecem espontaneamente regulada por estresse ou cliclo menstrual. Não há cura definitiva. O contágio sexual só ocorre quando as bolhas estão no pênis, vagina ou boca.

Condiloma acuminado ou crista de galo
É causado pelo HPV. É uma virose que está relacionada com o câncer de colo do útero e câncer do pênis. É uma doença de difícil tratamento pois, como os anti-bióticos não atuam contra o vírus, precisa ser um medicamento anti-vírus como é usado na Aids. É caracterizada por uma pequena verruga nos órgãos genitais tanto do homem como da mulher. O tratamento é do casal. Uma mulher com esse vírus deve evitar ficar grávida, pois o filho será contaminado com graves conseqüências.

Candidíase
É uma doença causada por uma micose ou fungo chamada de Candida albicans, que produz um corrimento semelhante a um leite coalhado que causa muita coceira e afeta 20 a 30% das mulheres jovens e adultas. Surge com a gravidez, com a puberdade, diabetes, estresse e antibióticos. No homem dá coceira no pênis, vermelhidão na glande e no prepúcio. Deve se tratar o casal.

Clamidea
É considerada atualmente a doença sexualmente transmissível de maior incidência no mundo, podendo atingir homens e mulheres em qualquer fase de suas vidas, desde quando nascem de mães contaminadas ou durante o contato sexual. Nas mulheres, a porta de entrada é o colo uterino. O sintoma, quando ocorre, é um discreto corrimento.

Endometriose
Não é sexualmente transmissível e acomete as mulheres em idade reprodutiva. Consiste na presença de endométrio em locais fora do útero. Endométrio é a camada interna do útero que é renovada mensalmente pela menstruação. O principal sintoma é a dor na época da menstruação, também comuns nas relações sexuais. Mas muitas mulheres que tem endometriose não sentem nada, apenas tem dificuldade em engravidar. Atualmente não há cura para a endometriose. No entanto a dor e os sintomas dessa doença podem ser diminuídos.

Fonte: Ministério da Saúde, Associação Brasileira de Endometriose e Banco de Dados .

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