COMPORTAMENTO
BICHANOS COMPORTADOS
Por Alexandre Rossi (*)
Muito pouco se comenta sobre o comportamento de gatos e de possíveis soluções para problemas comuns do dia-a-dia de quem tem um felino. Ao contrário do que se imagina, é possível treinar um gato ou modificar parte de seu comportamento.
Os gatos transpiram liberdade e independência, e quem possui felinos se identifica exatamente com este comportamento. Assim, controlar ou treinar um gato, a princípio, não faria o menor sentido para alguns donos.
Quer você se identifique ou não com o comportamento de seu gato, entendê-lo um pouco pode ser fundamental, até para torná-lo mais independente e evitar aborrecimentos. Quais são os problemas mais comuns que irritam proprietários de gatos? Plantas roídas, partes da casa demarcadas com xixi, móveis arranhados, ser acordado pelo bichano antes da hora, etc.
Esses problemas não são resolvidos em grande parte por falha do dono, que não conhece determinados princípios de treinamento e condicionamento. Tentar disciplinar o gato da mesma forma que um cão, mostrando a ele quem é que manda naquele território com ameaças, não dá certo. A natureza dos felinos é diferente, pois eles não têm uma estrutura grupal nem aceitam ser comandados.
Ao falarmos de "adestramento" para esses animais, não estamos pensando em ensiná-los a fazer "gracinhas", embora seja possível, mas em treiná-los em comportamentos básicos que facilitem a convivência doméstica.
O grande truque é recompensar os comportamentos desejados e "punir" (nada de agressões e ameaças) os que se quer evitar. Nunca esqueça que o animal só vai entender o que se estiver ensinando se a recompensa ou a punição ocorrerem no instante exato em que ele estiver praticando a proeza. Assim, se quiser evitar que o gato pule no fogão, é preciso provocar-lhe uma surpresa desagradável (como espirrar um pouco de água fria nele ou então bater com a tampa na panela e produzir um ruído forte) exatamente quando ele pular ali. O que serve para que o animal associe o ato de pular ao susto.
Como não podemos passar o dia pajeando gatos, devemos utilizar outros recursos para evitar que eles roam móveis ou plantas, ou fiquem se esfregando em objetos a ponto de derrubá-los no chão. Lance mão de produtos amargos, como bitter lime TM ou bitter apple TM. Ao sentir um gosto ou cheiro desagradável, o gato passará a evitar esses obejtos.
Para inibir outros tipos de comportamento, armadilhas podem ser uma solução. Usar fita adesiva colante (aquela que tem cola nas duas faces) no lugar por onde ele vai "atacar" ou deixar um esquema montado para que caia uma lata vazia no momento em que ele pisar no lugar proibido, podem ser algumas soluções positivas.
(*) Alexandre Rossi, autor do livro Adestramento Inteligente, é zootecnista especializado em comportamento animal e adestramento - http://www.caocidadao.com.br
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GATOS ADORAM SER METÓDICOS
Por Marisa Paes Mana (*)
Os gatos são, por natureza, animais metódicos, que adoram rotina. "Os meus detestam até que mudemos os móveis de lugar. Uma vez, tirei um sofá de um canto da sala e coloquei em outro. Foi o bastante para um deles ficar emburrado. Eu chamava e ele não vinha. O bichano sentava-se no sofá (no novo lugar) e ficava olhando, todo saudoso, pro lugar antigo. Ele só voltou a "falar" comigo depois que coloquei o sofá de volta. Outra coisa que detestam é sujeira. Se a caixa de areia onde fazem as necessidades estiver suja, fazem cocô fora em sinal de protesto. Só após a limpeza é que retornam a fazer suas necessidades no lugar certo. O mesmo acontece quando o chão está sujo, ou enche de água, por causa das chuvas. Revoltados, eles usam o chão como banheiro. Mas é só enxugar e limpar que voltam esbanjando carinho".
(*) Marisa Paes Mana
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A ARTE DE RONRONAR
O ronronar é um murmúrio, específico dos Felídeos, emitido pelo gato quando está com a boca fechada, traduzindo-se por uma emissão sonora e uma vibração laríngea. Traduz um estado emocional intenso, sem avaliar se expressa o prazer ou a dor. Alguns gatos em fase terminal de câncer ou que sofreram um acidente de trânsito ronronam intensamente, expressando a sua dor e a sua angústia. Durante muito tempo se acreditou que um órgão específico permitia o ronronar. Trata-se na verdade de um fenômeno aerodinâmico, que é possível pelos movimentos coordenados da glote, da laringe e das musculaturas adjacentes. O ronronar é de fato um comportamento voluntário que não pode ser desencadeado de forma intencional pelo homem. As carícias estimulam geralmente a produção do ronronar, mas nem sempre.
Pensa-se atualmente que o ronronar, que é muito mais freqüente no gatinho do que no adulto, expressaria a dependência do gato em relação à sua mãe e depois, por generalização, em relação à pessoa que dele se ocupa (proprietário, veterinário, ou ajudante). No gato doméstico, o ronronar pode se tornar um meio de comunicação com o ser humano. Cabe a cada um descobrir aquilo que o gato quer dizer.
Fonte: http://www.amiguinhogato.kit.net/
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MANTENHA SEU GATO ATIVO
Os gatos são muito menos ativos que os cachorros. Algumas pesquisas calculam que os gatos selvagens dormem cerca de 16 horas por dia. E quem tem gato concorda que eles gostam de cochilar. Mesmo que o seu gato seja dorminhoco, ainda assim ele precisa de exercícios regulares para manter o corpo saudável e a mente aguçada e consumir uma parte do excesso de energia que pode lhe causar problemas.
O gato entediado, com muita energia, pode estragar os móveis, derrubar coisas das estantes, vasculhar a lata de lixo. Alguns gatos, principalmente os filhotes, dão muitas voltas pela casa, sobem e descem dos móveis, andam em torno da mesa da sala e perto das paredes quando não se exercitam. Outros precisam de motivação para se mexer. Isso significa que você tem que se envolver.
Muitos brinquedos são feitos pensando nos exercícios. Os brinquedos amarrados a um bastão são muito divertidos para os gatos. Um bastão pequeno (em geral de fibra de vidro ou de plástico) tem um cordão de barbante ou de náilon amarrado a ele com um brinquedo na ponta. O brinquedo pode ser uma simples pena ou duas, ou ainda algo que se agita quando é movimentado. Assim, você pode provocar o gato puxando o brinquedo pelo chão, e quando o gato pular sobre ele basta puxar o bastão para afastar o brinquedo. Deixe o gato pegar o brinquedo de vez em quando. Caso contrário, ele vai parar de brincar.
Enquanto brinca, seu gatinho vai correr, saltar, arrastar-se e pular, esses são bons exercícios. Outra brincadeira é movimentar uma lanterna, fazendo a luz brilhar no piso e nas paredes. Muitos gatos perseguem a luz por longo tempo. Existe um laser vermelho, próprio para gatos, eles adoram aquele brilho! Mas só utilize esse laser especial, pois outros tipos podem fazer mal aos olhos se eles olharem diretamente para a luz.
A perseguição é outro bom jogo. Basta ir atrás do seu gatinho até que comece a correr; então, persiga-o pela casa. Muitos gatos adoram essa brincadeira, e correm e se escondem inúmeras vezes.
Nada substitui você
Deixe alguns brinquedos pequenos, como uma bola ou um rato peludo de brinquedo, pela casa para o gato brincar quando quiser. Mas você deve encontrar tempo, pelo menos uma vez por dia, para as brincadeiras. Ele espera por isso. Muitos ficam tão ansiosos que levam um brinquedo até o dono.
Se o gato vive dentro de casa, você deve garantir que ele passe algum tempo se exercitando para manter o corpo saudável e em forma. Esse tempo não é apenas um bom exercício para o gato, é uma boa oportunidade para vocês dois.
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Matéria retirada do livro "Cuide bem do seu gato" - Editora Publifolha
Fonte: http://www.gatosefelinos.com/gatos_domesticos.htm
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Mundo Fascinante dos Gatos
Afeto
O bichano se afeiçoa muito às pessoas que lhe dão carinho, porém, por serem animais muito inteligentes, não se doam mais para as pessoas que não sejam sinceras com eles. Eles são dotados de extraordinária sensibilidade e percebem com extrema facilidade as pessoas que querem conquistar a sua amizade. Várias celebridades no mundo, pessoas de inteligência acima do normal, têm e amam seus felinos. Geralmente músicos, poetas, escritores, e grandes pensadores têm felinos e os compreendem.
Conforto
A pessoa que deseja ter um gato, deve se preocupar, de início, em arranjar um local adequado para que ele tenha conforto e possa desenvolver hábitos saudáveis. Essa atenção se resume em cuidados básicos, tais como, uma alimentação correta, um lugar para dormir (na maioria das vezes os gatos possuem “vícios”, escolhendo diferentes cantos da casa), e um local para suas necessidades.
Apesar de que, na maioria das vezes o gato escolhe um cantinho agradável para repousar, o dono deve observar se neste local não existem correntes de ar que prejudiquem.
Se elas ocorrerem, deve-se transportar a sua “caminha” (caixotes forrados de palha ou papel), para o local escolhido e tentar, por várias vezes, que o gato se habitue, para que assim fique abrigado.
Unhas
O gato é um bom escalador por natureza e utiliza suas unhas para subir rapidamente em árvores perseguindo pássaros ou fugindo de cães.
Eles gostam de afiar as unhas em madeiras ou paredes. É interessante que as pessoas de casa tenham pequenos troncos para preservar a mobília dos arranhões desses animais.
Os gatos possuem unhas retráteis, de crescimento lento, compensando assim a falta de desgaste (quando caminham, encolhem, não tocando o chão).
O crescimento dessas unhas nos gatos domésticos, isto é, animais que não utilizam as garras com muita freqüência, resulta em incômodo e em uma necessidade de arranhar ou dilacerar alguma coisa para desgastar-lhes as pontas. Daí a necessidade do tronco, que poderá ser um pedaço de madeira
tronco, que poderá ser um pedaço de madeira colocado ao alcance do gato.
Com paciência, inteligência e determinação, o dono do gato, conseguirá que este compreenda o seu objetivo através da identificação de benefícios, adquirindo, assim, confiança.
Limpeza
O gato é um dos animais mais limpos que existem no mundo. Geralmente, eles só ficam sujos se o ambiente estiver muito mais sujo.
Por isso, o local para suas necessidades deverá estar sempre asseado porque, se não estiver, ele o abandonará totalmente. A caixa deverá ser ampla para uma boa acomodação e com uma quantidade boa de areia ou terra, para que o gato possa enterrar suas necessidades. Essa caixa deverá ser limpa com desinfetante inodoro, sendo colocada sempre no mesmo local. No início, para uma mais rápida assimilação da sua utilidade, podemos sujar essa areia ou terra com urina.
Quando o gato se lambe, libera os pêlos mortos e acaba ingerindo-os, o que pode causar problemas digestivos no futuro. É muito louvável que as pessoas
que têm felinos adicionem 2 a 3 vezes por semana um pouco de azeite de boa qualidade na sua alimentação, pois essa medida vai impedir a formação de fecalomas (fezes retidas) por bola de pêlos no sistema digestivo.
Olfato
O uso indiscriminado de desinfetantes e detergentes na casa pode causar alergia nos felinos que respiram muito próximos do solo. Os desinfetantes, detergentes, cigarros e charutos podem levar a processos alérgicos nos felinos domésticos, pois, além de respirarem muito próximos ao chão, têm um número muito grande de células de olfato.
Educação
Nunca use violência com os gatos, pois um ato violento pode afastar o bichano de você para o resto da vida. Use energia ao falar para que ele sinta que está sendo ensinado e educado por alguém. O gato perceberá que está sendo punido após ser mal educado se você demonstrar qual a causa do seu desagrado.
Bigodes
Os bigodes dos gatos não são apenas decorativos, são órgãos de muita sensibilidade, funcionando como verdadeiros radares e permitindo-lhes se locomover na escuridão sem acidentes. Nunca devemos retirá-los, pois fazem parte do sistema sensitivo, que é diretamente ligado ao sistema nervoso.
Linguagem e comunicação
Os gatos são capazes de se comunicar com os da mesma espécie e também com os seres humanos. A vida social que goza está apoiada e reforçada pela capacidade de comunicação, na qual se expressa por meio da vocalização, do olfato, como também de gestos e atitudes.
A rica linguagem vocal, faz do gato um dos animais mais falantes. Estudiosos identificam dezesseis vocalizações, em três categorias de sons. Entre os primeiros, estão o ronronear
e os suaves sons empregados para saudar, chamar atenção e expressar reconhecimento e aprovação.As distintas variações do miau são usadas para pedir,
exigir, expressar perplexidade e queixa. A maioria dos gatos tem vocabulário pequeno, porém muito funcional, que cobre conceitos como: fora, para dentro, obrigado, vem cá, socorro, não; os sons de maior intensidade são reservados geralmente para a comunicação entre os próprios gatos. Logo que nascido, possui a capacidade de expressar-se, já que ronroneia com satisfação quando mama. Conversas mais longas entre os gatos adultos, acontecem na época do cio. Tanto o macho como a fêmea emite fortes alaridos antes de copular.
A linguagem do corpo se manifesta, na maioria das vezes, através das relhas e da cauda. Esta balança violentamente de lado a lado quando sente medo, a cauda erguida demonstra que é um gato feliz. Já as orelhas baixas são um claro índice de perigo eminente. Gestos como os de se esfregarem uns nos outros o nos seus donos servirão para futuras identificações ou reconhecimento.
Adaptação de: “O Mundo Fascinante dos Gatos”, Dr. Eduardo Ribeiro Filetti, Editora Nexus
“O gato é um italiano criado na Inglaterra.
Sente como um italiano, mas se comporta como um lorde inglês”.
Arthur da Távola
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Caracterização...
Gatos de uma Comunidade
Adaptado de www.institutoninarosa.org.br
Diferentemente dos cães, os gatos apresentam uma organização social peculiar e característica, que lembra seus ancestrais selvagens, especialmente em ambientes rurais.
A organização social felina está centrada em dois grupos sociais: um em que a organização social é centrada nas fêmeas reprodutoras e em sua descendência e no qual os machos, após o início das manifestações sexuais, são expulsos do grupo – trata-se de um sistema matriarcal matrilinear – e um segundo grupo, composto por machos, chamado de fraternidade, no qual os mais velhos mantêm um sistema de lutas por fêmeas e pela defesa do território, ensinando animais mais jovens, expulsos pelas fêmeas do grupo dominante. Após os acasalamentos, os machos retornam para seus territórios.
No campo, os felinos se relacionam em comunidades, denominadas aparentadas, por se formarem por grupos de uma descendência comum.
Nas cidades, as comunidades acabam se formando por indivíduos da vizinhança. É o que ocorre quando animais de diferentes procedências são reunidos em um ambiente, como é o caso de uma casa.
Têm hábitos de reuniões em grupos, mas dificuldade no relacionamento social por falta de identificação, que, com o tempo, pode evoluir para resultados positivos (de aceitação e convívio) ou negativos (de constantes brigas e disputas).
Na relação social dos felinos de estimação, existe uma importante marcação territorial que delineia áreas de descanso, áreas de circulação e áreas comuns de encontros, delimitados e demarcados por arranhaduras e urina.
Os felinos, em quaisquer locais, apresentam o hábito natural de caçar, muito mais por brincadeira que por necessidade alimentar, uma vez que podem buscar fontes de alimentação em diversos sítios, como as casas vizinhas. Entretanto o hábito de caçar os expõe ao risco de contato com animais estranhos ou silvestres de pequeno porte, dentre os quais os quirópteros, que compõem um elo importante no ciclo da transmissão da raiva.
Os felinos têm em sua primeira infância, que vai até as 9 semanas de vida, um período fundamental de definição do comportamento, que perdurará por toda a vida.
Animais mais manipulados por humanos ou estimulados pela própria mãe desenvolvem maior sociabilidade que aqueles, prematuramente, retirados de suas mães, mantidos em ambientes desgastantes e com pouco contato com seres humanos.
Portanto, o meio ambiente é fundamental na definição comportamental dos felinos, quer seja pelo fornecimento de fontes de abrigo, água e alimentação, quer seja pela definição de suas organizações sociais. Diferentemente dos cães, para os quais a domiciliação permanente é relativamente fácil, no caso dos felinos ela pode determinar problemas de comportamento, especialmente para aqueles animais de vida doméstica solitária.
Fonte: “Controle de populações animais de animais de estimação. Manual Técnico do Instituto Pasteur número 6”. Maria de Lourdes Aguiar Bonadia Reichmann
Adaptado de www.institutoninarosa.org.br
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M I A U !
Fonte: Revista "Superinteressante" de setembro/2002
Você está curtindo um momento de relax depois de um dia de trabalho particularmente estafante. Acomoda-se no sofá para ler a Super, e - veja só que coincidência - seu gato aproveita para usá-lo como almofada, enrodilhando-se preguiçosamente sobre seu colo. Não demora muito, o bichano começa a produzir um ruído baixo e regular, acompanhado de uma certa vibração, como se acionasse um motorzinho secreto. Está ronronando. Bom, não é mesmo? Um daqueles prazeres exclusivos que só os elurófilos (aficionados por gatos) conhecem. O que você talvez não saiba é que aí no seu colo está um mistério científico.
Ninguém sabe qual a função exata do ronrom. Ao contrário do que imagina a maioria das pessoas, inclusive aquelas que têm experiência com gatos, esse simpático ruído nem sempre é uma expressão de prazer. Gatos que se encontram em situações de estresse ou que estão sofrendo uma dor forte também ronronam. "Quando estão com dor, eles parecem usar esse ruído relaxante como uma espécie de mantra", diz o veterinário João Telhado Pereira, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, especialista em comportamento animal. De toda forma, na situação em que você foi colocado no início da matéria - uma situação hipotética, claro, mas nem por isso menos confortável -, dá para supor que seu gato está tranqüilo e satisfeito, sem dor ou estresse. Agora, largue a revista por um momento e tente determinar de onde vem o barulho.
Você vai ter alternadamente a impressão de que o ronrom vem do nariz, ou da garganta, ou do peito do gato. Pois é outro mistério: ninguém sabe como os gatos ronronam. Os cientistas só têm conjecturas: o ruído seria produzido pela passagem de ar nos brônquios, ou por certos vasos do coração.
Gatos são mesmo fascinantes. Não é por nada que eles acumularam tantas lendas e equívocos ao seu redor. É o caso, por exemplo, do dito popular segundo o qual os gatos têm sete vidas. Felinos dos Estados Unidos e da Inglaterra são ainda mais sortudos: em inglês, dizem que eles têm nove vidas. Parece ser uma crença bem antiga - já aparece em um diálogo de Romeu e Julieta, peça de Shakespeare escrita no final do século XVI. Menos auspiciosa é a idéia, infelizmente ainda muito generalizada, de que o gato não é amigo do dono, mas da casa. Deve ter sido invenção desse pessoal que gosta só de cachorro. A oposição entre cães e gatos, no entanto, é criação humana. Eles não são inimigos naturais e podem conviver muito bem sob o mesmo teto. (Aliás, o autor desta matéria esclarece que gosta igualmente de ambas as espécies e jamais escreveria sobre uma em detrimento da outra.)
Gatos e cachorros, é verdade, relacionam-se com o dono de modos diferentes. Os cães são animais gregários. Seus equivalentes selvagens, os lobos, vivem e caçam em grupo. Em situação doméstica, o cão tende a ver o dono como uma espécie de chefe da matilha. Os gatos, ao contrário, são individualistas. Os felinos, em sua maioria, caçam sozinhos - a exceção célebre é o leão. Isso conduz a formas diferentes de socialização com os humanos. "Nós somos visitantes no espaço deles. Eu moro na casa dos meus gatos", afirma Luiz Paulo Faccioli, juiz internacional de concursos de gato promovidos pela TICA (sigla em inglês para Associação Internacional de Gatos).
Isso não significa que eles devam mandar na casa. É o que ensina o treinador Bash Dibra, em CatSpeak (ainda inédito no Brasil). O título pode ser traduzido livremente como "A língua dos gatos", o que resume bem o espírito do livro, espécie de manual de auto-ajuda para donos de gato. Dibra, que acumulou vasta experiência com lulus e bichanos - sua clientela inclui os animais de estimação de celebridades como Jennifer Lopez e Kim Basinger -, revela inclusive algumas técnicas básicas para ensinar truques ao seu animal. "É mais fácil ensinar um cachorro", diz o autor. Mas isso não quer dizer, como muitos pensam, que os gatos não sejam capazes nem mesmo de atender quando chamados pelo nome. É preciso apenas conhecer a abordagem correta. "Com o cachorro, você manda que ele faça alguma coisa. Com o gato, você pede", afirma Dibra.
CatSpeak traz um capítulo dedicado à comunicação felina, com uma espécie de dicionário de sons e posturas corporais. Alguns dos "verbetes" são de conhecimento comum. Se um gato arreganha seus dentes, eriça o pêlo e emite um ruído baixo e ameaçador, não é preciso ser especialista em felídeos para saber que ele não está de bom humor. Mas e se o gato de repente salta para perto da janela, mira fixamente um ponto na rua e começa a fazer um som trêmulo, entrecortado, que lembra, de longe, uma metralhadora rouca - você saberia dizer o que houve? Dibra mata a charada: esse é o ruído que o gato faz quando vê uma caça potencial que está fora do seu alcance. Muito provavelmente, ele vislumbrou um passarinho ou uma borboleta voando lá fora.
O mais curioso é que grande parte das emissões sonoras dos gatos é dirigida a nós, donos de um felino. É o que comprova um recente experimento de psicologia evolutiva realizado por Nicholas Nicastro, pesquisador da Universidade de Cornell, Estados Unidos. Nicastro compilou uma amostra de 100 vocalizações (miados) de 12 gatos. Depois, fez com que dois grupos de voluntários (humanos, bem entendido) ouvissem as gravações. Pediu que o primeiro grupo, com 26 pessoas, atribuísse notas de 1 a 7 conforme o nível de prazer comunicado em cada uma das vocalizações. O segundo grupo, com 28 indivíduos, deu notas na mesma escala tomando como critério a urgência ou aflição dos miados. Nicastro então analisou os miados acusticamente e afirma ter chegado a resultados consistentes. Vocalizações mais longas, do tipo miAAAUU, ganharam notas altas em aflição e baixas em prazer. É o que se ouve quando o gato está com fome.
Com os miados mais curtos, foi o oposto: conceito alto em prazer e baixo em urgência. Esses sons começariam em notas altas e depois baixariam. Algo como MIIIau.
"Todo animal de estimação enfrenta o problema de obter o que deseja dos seus donos humanos", afirma Nicastro. Os gatos, convivendo com o homem há 5 000 anos, desenvolveram seus meios vocais para conseguir o que querem. "Os cães utilizam outros meios, como a linguagem corporal, a expressão facial etc. Existe uma pesquisa em curso sobre o modo com que os seres humanos entendem os latidos, mas, na minha opinião, os resultados ainda são inconclusivos", diz o pesquisador. Nicastro, porém, não está afirmando que os gatos falam. Quando miam, estão manipulando o dono para obter o que desejam. Não é nada lisonjeiro, mas é algo que você precisa saber: nós também somos animais treinados.
Nicastro acredita que o miado teve um papel central na evolução dos gatos. Ele esteve em um zoológico da África do Sul gravando os sons de um Felis silvestris lybica, o gato selvagem que é tido como ancestral do Felis catus aí no seu colo. A vocalização do gato selvagem não se revelou muito expressiva: só sugeria irritação. Os primeiros gatos a serem adotados pelo homem teriam se destacado, segundo Nicastro, por emissões vocais agradáveis. Os gatos mais hábeis na manipulação vocal do ser humano teriam progressivamente cruzado entre si, gerando ninhadas de gatinhos cada vez mais espertos no uso do gogó.
Mesmo sem a intervenção consciente e direta do ser humano, o resultado seria similar àquele processo que, nos termos da teoria da evolução de Darwin, é conhecido como seleção artificial - a ingerência do ser humano sobre a reprodução de determinada espécie, para obter espécimes melhorados (é o que acontece, por exemplo, quando um criador de gado busca um reprodutor premiado para cruzar com sua vaca mais gorda).
Há controvérsias. O especialista em comportamento animal John Bradshaw, da Universidade de Southampton, Inglaterra, afirma que o uso dos miados para manipular os donos é resultado de aprendizagem individual e não da evolução. Diferentes gatos usariam diferentes tipos de miado para obter a mesma coisa. Nicastro, porém, não está pronto a entregar os pontos: "Traçar uma distinção clara entre aprendizagem e evolução é um erro. A evolução influi sobre a competência ou a rapidez com que uma espécie aprende a produzir vocalizações apropriadas".
Talvez um dia a ciência dê a palavra final sobre a importância da evolução no miado (ou do miado na evolução). Mas não estará dando termo ao mistério que cerca o gato. Supõe-se que ele foi domesticado alguns milhares de anos depois do cão. Sua convivência com o homem tem sido irregular, acidentada, com períodos de deificação e perseguição. No antigo Egito, o gato foi literalmente a salvação da lavoura. Domesticado para controlar os roedores na cultura de grão ao longo do rio Nilo, acabou merecendo um lugar no panteão dos deuses. A deusa Bastet, que protege o deus-sol Rá de uma serpente, é uma gata.
Uma lenda muçulmana conta que, certo dia, a gata de Maomé estava dormindo sobre o manto do dono quando ele foi chamado para uma batalha. Maomé não cogitou acordá-la: preferiu cortar o manto com a espada. As crendices cristãs não foram tão simpáticas com o gato. Na Idade Média, ele foi caçado em toda a Europa por sua suposta associação com feiticeiras - o que contribuiu para que a peste, transmitida pela pulga dos ratos, fizesse sua colheita mortal entre os assustados cristãos.
O gato seria reabilitado nos séculos seguintes, mas, ainda hoje, subsistem algumas superstições de provável origem medieval (gato preto dá azar etc.). Na literatura, esse singelo animal doméstico muitas vezes parece ter um pé no mundo real e outro no além - o exemplo mais inquietante será O Gato Preto, do americano Edgar Allan Poe (1809-1849). Mesmo o sorridente Gato de Cheshire, criação do inglês Lewis Carroll (1832-1898) em Alice no País das Maravilhas, tem qualquer coisa de bizarro em sua invisibilidade parcial. A Rainha de Copas manda que o gato seja decapitado, mas seus guardas são incapazes de cumprir a ordem. Como podem cortar a cabeça de um bicho do qual só se enxerga o sorriso? É uma bela representação da nossa relação com os bichanos. Independentes e orgulhosos, eles não se submetem a nossos caprichos autoritários.
Os poetas têm uma predileção particular pelo gato. O francês Charles Baudelaire (1821-1867) dedicou-lhe alguns poemas célebres de As Flores do Mal. O americano naturalizado britânico T.S. Eliot (1888-1965) foi mais longe e dedicou um livro inteiro aos felinos. No Brasil, poetas contemporâneos como Haroldo de Campos, Ferreira Gullar e Nelson Ascher têm dado seguimento à tradição, tomando o gato como tema de seus versos.
A imagem dos felinos na cultura pop não é unívoca. Temos o simpático e psicodélico Felix, o gordo e cínico Garfield, e vários gatos atrapalhados e famintos, sempre frustrados na perseguição da sua caça - os mais famosos são Frajola e Tom. A violência implícita de desenhos como Tom e Jerry foi levada a extremos sangrentos na genial paródia Comichão e Coçadinha, que figura em alguns episódios de Os Simpsons. E não podemos esquecer os luxuriosos gatos de Striptiras, quadrinhos do brasileiro Laerte.
Enquanto escreve essa matéria, o repórter está sob a vigilância das pupilas oblongas do seu gato Sig, empoleirado sobre uma estante de livros. O melhor lugar para ter um gato, de qualquer modo, não é sobre os livros, mas no colo - bem aí onde ele se acomodou quando você, leitor, estava ainda no primeiro parágrafo. Bash Dibra usa a palavra "beleza" para descrever nossa comunicação com os gatos. O autor de CatSpeak não está exagerando. A ciência está apenas começando a entender essa curiosa comunicação entre espécies diferentes. Mas quem tem um gato já a conhece muito bem.
Frase
Ao contrário dos cães, que são gregários, gatos são individualistas.
Com os cachorros, você manda. Com os gatos, é preciso pedir.
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7 MITOS SOBRE OS GATOS
1. Gatos têm sete vidas
A lenda deve ter surgido por causa das habilidades especiais dos felinos. Ágil e elástico, o gato não é uma presa fácil. Tem um grande senso de equilíbrio e sabe girar o corpo no ar para cair quase sempre sobre as quatro patas. Mas não se engane: uma queda da janela do seu apartamento pode ser fatal.
2. Gatos não precisam de cuidados
O gato é mais independente que o cachorro. Mas, como todo animal doméstico, precisa de alimentação regular, instalações limpas, visitas ao veterinário - e muito carinho.
3. Gatos são cruéis
Gatos conseguem girar as patas dianteiras de modo que a parte de baixo fique voltada para dentro. Eles utilizam essa habilidade para "brincar" com sua caça, jogando o infeliz ratinho de uma pata para a outra. Parece sadismo, mas é só um comportamento instintivo.
4. Gatos não aprendem nada
Com paciência, carinho e alguma técnica, pode-se ensinar um gato a atender quando chamado pelo nome. O bichano também é capaz de aprender truques simples.
5. Gatos têm asma
Seu bichano pode sofrer de asma ou bronquite, mas essas doenças não são comuns a todos os gatos. Ocorre que quem não está acostumado com o ronronar característico do felino doméstico às vezes imagina que ele tem problemas respiratórios. Há também quem pensa que o gato provoca asma. Crendice sem fundamento. Pessoas asmáticas, no entanto, podem ter crises alérgicas em ambientes compartilhados com gatos. A substância que detona essas crises está na saliva do bichano.
6. Gatos gostam da casa, não do dono
Calúnia! Gatos são animais extremamente afetivos e adoram seus donos. Há inclusive casos, embora mais raros do que entre os cachorros, de gatos que sofrem de ansiedade da separação: ficam angustiados quando o dono sai e se põem a destruir a casa.
7. Cães e gatos são inimigos
Um lulu criado sem a companhia de um bichano talvez ataque o gato malandro que entrar em seu território. Mas não é uma implicância particular: a mesma agressividade seria demonstrada diante de um gambá, por exemplo. Cachorros não são predadores naturais dos gatos. Criados juntos, eles aprendem a conviver socialmente.
Para saber mais:
NA LIVRARIA
CatSpeak, de Bash Dibra (com colaboração de Elizabeth Randolph). Putnam, 2001
NA INTERNET
www.felinos.com.br
www.tica.org
www.cfainc.org
www.news.cornell.edu/releases/Maya2/cat_talk.hrs.htm
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Não me venha com essa história de não gosto de gatos!
Crônica de Múcio Bezerra na Revista Gatos, edição 27
Geralmente as pessoas que dizem não gostar de gatos não sabem explicar o por quê. Vamos tentar.
O gato pode até ser considerado um bichinho de estimação, um fofinho, uma graça mas essas considerações foram feitas à revelia da opinião dos felinos. Que história é essa de bichinho? O gato é um caçador, selvagem na sua essência e doméstico por esperteza. De estimação? Da parte dele, a estima será recíproca, se ele não for visto de cima para baixo – mesmo porque, dada a sua habilidade, o pequeno grande gato poderá subir no muro mais próximo e também ver qualquer humano sob a mesma ótica. E esse talvez seja o principal motivo para ... Lá vem a criatura bater de novo na mesma tecla!
- Não gosto de gatos!
Ok, você venceu. Não gosta porque os gatos não lhe devem obediência canina. E, se devem, negam e não pagam nem quando puderem, porque obediência canina é negócio de cão.
A pessoa que não gosta de gatos é, geralmente, aquela que cobra os juros acorchantes da fidelidade absoluta que encontra com fartura nos cães. "Fidelidade? É coisa pra cachorro, miam, por aí, nos telhados."
Isso não quer dizer que o gato seja um infiel, mas um amigo do homem apenas quando a amizade é mútua – como, aliás, deveriam ser todas as amizades. Diferentemente do cachorro, o gato nunca é amigo daquele que o maltrata.
Gato não tem, é bom repetir, fidelidade canina. Mesmo porque, com tantos inimigos na pior selva para um felino, que é uma cidade, um gato de rua, por exemplo, cumpre uma infindável agenda por dia, pra comer, beber, não ser comido nem atingido por pedradas. E arranjar um lugar seguro para dormir até o início da jornada seguinte, quando começará tudo de novo.
E se for gata, além de fazer tudo isso, tem que ter o dobro da habilidade e esperteza para esconder e defender as crias de todos os predadores, inclusive dos reunidos chamados Centros de Controle de Zoonoses, que costumam evitar a propagação de doenças de animais nos humanos, não eliminando os vírus e bactérias causadores dos males, mas os seus portadores. Os de rabo e focinho naturalmente. É ou não é?
- É. Mas nesse caso, só defendo os cachorros. Eu não gosto de gatos!
Realmente, você não gosta. Talvez porque os gatos não sejam animais que vivem em bandos, sempre obedientes a um líder, como os cachorros. Gato não tem chefe. Geralmente, é um animal solitário, que caça sozinho sua comida e não demonstra carência afetiva, como é o seu caso, com essa idéia fixa de não gostar de gatos. E quer saber de uma coisa? Quer dar um jeito nessa sua carência afetiva e apreender a encarar a vida com a altivez, a independência e o prazer de estar bem consigo nas horas de solidão?
Adote um gato e aprenda tudo isso com ele.
Crônica de Múcio Bezerra na Revista Gatos, edição 27
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DOENÇAS FELINAS
(depoimento de uma protetora de gatos)
Quando descobri que alguns dos meus gatinhos estavam doentes e que a situação era grave, fiquei arrasada.
Nunca tinha ouvido falar em AIDS Felina (FAIDS), Leucemia (FELV) e Peritonite (PIF). Eram palavras fortes demais e que traziam com elas uma carga de incerteza e sofrimento.
A veterinária falou da gravidade das doenças, de como elas eram transmitidas e qual seria sua evolução. Eu teria que separar os gatinhos doentes dos saudáveis para não permitir que estes fossem contagiados e deveria me preparar para o pior.
Fiquei em estado de choque e sem saber como agir. É muito difícil você enxergar como se estivessem doentes gatos aparentemente saudáveis e mais difícil ainda pensar que eles irão morrer em poucos meses.
Precisei de um tempo para começar a reagir e durante uma semana apenas chorei.
Passado o choque inicial, eu e meu marido começamos a fazer pesquisas pela Internet e procuramos todo material disponível sobre estas doenças felinas.
Localizamos um site de um médico veterinário ortomolecular que vive na Califórnia e estuda o assunto há muitos anos. Ele desenvolveu uma super vitamina para ser administrada diariamente e que, a longo prazo, não afeta os rins como acontece com a vitamina C.
De acordo com ele, o animal estando com a resistência alta, não irá adoecer e manifestar os sintomas das doenças.
Este foi o grande alento que tive nestes primeiros tempos e minha esperança foi alimentada por esta hipótese que me pareceu bem fundamentada.
Conseguimos trazer a vitamina e eu passei a dar para todos meus gatos, os doentes e os saudáveis, procurando manter todos em bom estado.
Decidi também que não iria separar os gatinhos. Sabia que estava colocando os saudáveis em risco, mas eles eram todos castrados e as chances de contagio ficavam bem reduzidas.
Outra dica que me deram foi a de trocar sempre a água do bebedouro, várias vezes por dia e manter sempre limpas as caixas de areia. A água e a areia podem ser formas importantes de contagio.
Foi uma época de muita angústia e observação atenta: eu ficava olhando para ver se algum deles mudava o comportamento, se estavam comendo bem, se estavam normais.
Mas, aos poucos fui relaxando e a vida voltou ao normal.
Depois de doze anos, estão quase todos vivos.
Perdi dois deles por complicações decorrentes da leucemia e outros dois morreram por outras causas que não as doenças citadas: morreram de insuficiência renal e câncer no intestino.
Todos os outros, quatro gatinhos, estão fortes até hoje, gordos e saudáveis e nunca adoeceram. Eles são portadores da doença, mas nunca a desenvolveram.
Não me arrependi de não tê-los separado, eu sabia que o estresse que
isto provocaria poderia precipitar os sintomas da doença.
Pra driblar a doença, tentei mantê-los fortes e sem estresse e eles continuaram a ter uma vida normal.
Médico Califórnia: Dr. Belfield
E-mail: belfield@belfield.com - Site: www.belfield.com
Nome da Vitamina: Mega C Plus – A Vitamin & Mineral Food Supplement
Maria Augusta Toledo
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E-mail recebido em 31/03/2007 de Maria Augusta Toledo - augustatol@uol.com.br http://anjosparaadocao.multiply.com/
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D O E N Ç A S
Para saber sobre doenças de gatos acesse
http://www.saudeanimal.com.br/doencas_gatos.htm
sexta-feira, 12 de março de 2010
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