"Gatos são animais independentes, que gostam de estabelecer contato e não gostam da aproximação de estranhos. Eles também não gostam de movimentos bruscos ou de muito barulho. E não é verdade que sejam "falsos" ou "traiçoeiros". É preciso aprender a entendê-los e a respeitar seus desejos e independência. Quando isso acontece, um relacionamento com um gato pode ser algo muito especial, harmonioso e profundo".
O especialista comenta que uma pesquisa recentemente realizada por ele comprovou que os gatos podem ajudar as pessoas a vencerem estados depressivos. "Sabe-se que donos de gatos são menos depressivos, mais extrovertidos e têm menos medo do que antes de serem proprietários desses animais". Outro aspecto comentado por Turner é que, diferente da relação cão-homem, "que historicamente é baseada na dominação e subordinação, a relação homem-gato baseia-se em um "dar e receber" entre as duas partes e no respeito mútuo entre um e outro, incluindo as próprias necessidades e desejos do gato".
DENNIS TURNER
Autor de “O Gato Doméstico – A Biologia de seu Comportamento”, ainda não editado no Brasil e considerado o principal livro já escrito sobre felinos.
Fonte: www.arcabrasil.com.br
SENTIDOS APURADOS DOS GATOS
Conheça o espetacular funcionamento dos órgãos do sentido
Visão e Audição:
Nos gatos, os olhos são basicamente iguais aos de um ser humano. Sua visão noturna não é melhor que a do homem, sendo uma inverdade o fato de eles serem capazes de enxergar no escuro. O que acontece é que têm a capacidade de captar melhor mínimas quantidades de luz ao seu redor. Semelhantes aos humanos, os gatos possuem em seu sistema ocular, bastões e cones, células receptoras na retina que captam a luz. O que há de diferente é que ao passar a luz por essas células, reflete-se por até quinze camadas de células brilhantes, chamadas “tapetum lucidum”, uma espécie de espelho. A luz volta refletindo, tocando novamente os cones e bastões. Esse efeito é o que capacita o gato a discriminar visualmente com até 1/6 da luz necessária para o ser humano. O brilho desse “tapetum lucidum” provoca aquele efeito de luminosidade que percebemos nos olhos dos gatos no escuro, como se fossem faróis. Os campos visuais dos gatos, é maior que o nosso, adaptando-se a situações de caça e podendo julgar profundidade e distância com perfeição.
Os grandes felinos têm pupilas redondas, fechando-se por igual, como nos humanos. Já os pequenos felinos possuem pupilas que se retraem verticalmente, para dar mais proteção à sua ultra-sensível retina. Quanto as distinção de cores, podemos dizer que os gatos embora possuam mecanismos de percepção e distinção da maior parte das cores, seu cérebro não as interpreta. No entanto, no livro de Heather Busch e Burton Silver, “por que pintam os gatos?”, aparece alguns relatos que comentam o assunto de maneira um pouco diferenciada. Dizem: “Não se sabe se as cores têm algum significado para os gatos, mas é obvio que conseguem diferenciar os grupos de cores principais e que alguns gostam de manipulá-los”.
O segundo sentido mais importante do gato é a audição. Eles possuem trinta músculos em suas orelhas para localizar sons (o humano tem apenas seis músculos). Realizam esta captação de sons muito mais rápido que um cão. As orelhas dos gatos têm formato irregular e assimétrico que, combinados com os movimentos, produzem variações na qualidade de recepção dos sons, possibilitando a ele localizar sua fonte com precisão. Gatos têm habilidade de discriminar dois sons separados por um ângulo de cinco graus com 75% de precisão. Para freqüências altas, a audição do gato e também a do cão é muito capacitada do que a nossa. O crânio dos gatos é notavelmente conhecidos pela sua estrutura muito bem desenvolvida que inclui um grande auditório “Bullae”, câmaras de eco. Isso contribui para sua sensibilidade auditiva para sons delicados como o andar de um rato ou de um passarinho sobre folhas.
Olfato e Paladar:
O olfato é outro sentido muito importante. Os gatos possuem cerca de 19 milhões de nervos especializados em olfato, o que é bastante se comparados com apenas 5 milhões nos humanos. O interessante, ainda em termos comparativos, é saber que um cachorro com focinho comprido tem cerca de 147 milhões desses nervos em atividade. Por outro lado, tigres, supostamente têm pouco ou nenhum sentido olfativo, o que é surpreendente para um animal conhecido por sua capacidade de caça. O nariz do gato é particularmente sensível a odores que contêm componentes de nitrogênio. Isso permite ao animal rejeitar comida que está apodrecendo ou fora de validade. Muitos animais, inclusive os cavalos e os gatos, fazem uma coisa curiosa, chamada “fleming”, relacionado prioritariamente com odores de natureza sexual. Aspiram fortemente o ar, espremendo o nariz, e colocando a língua levemente enrolada para fora. Acredita-se que isso coloque os odores em contato com um órgão pouco estudado, que fica próximo ao céu da boca e que consiste em uma pequena cavidade com células receptoras olfativas similares as dos nariz. Essa estrutura chamada Órgão de Jacobson, parece estar envolvida tanto com o olfato quanto com o paladar. Ela existe rudimentarmente em um estado não funcional nos humanos, mas é funcional nos gatos apesar de ser pouco desenvolvida nos felinos criados em casa.
Gatos como sabemos, tendem a ser meticulosos para com a comida, sendo mais seletivos do que gulosos. Cachorros facilmente adotam uma dieta humana, o que os torna bem diferentes dos gatos. Estes deixam bem claro ao dono o que gostam e o que não gostam. E, não é difícil que um gato morra de fome por não ter acesso à alimentação que deseja.
O intestino do gato é proporcionalmente menor que o do gato ou homem, por ser essencialmente carnívoro.
O intestino dos gatos selvagens é mais curto que o dos gatos domésticos, provavelmente porque os gatos de estimação estão mais acostumados a uma maior variedade de alimentos. Os gatos têm molares especializados em destrinchar carne, sendo firmes e cortantes como lâminas. Contém caninos, presas, chamados dentes de mordida, que servem para apanhar a presa ou alimento, e os molares. Para dar força a mordida felina possuem pequenas e fortes mandíbulas.
O Tato:
O tato é também extremamente desenvolvido nos gatos. Acredita-se que os bigodes estão também relacionados com o tato, apesar de ainda não totalmente compreendida sua função. A remoção dos bigodes pode deixar o gato muito perturbado. Não existe evidência na crendice de que os pares de bigodes de cada lado do focinho do gato sejam da mesma largura que seu corpo, possibilitando a ele verificar se pode ou não passar por corredores estreitos sem tocar em nada e não fazendo barulho que possa assustar a presa. No escuro, os bigodes dos gatos são imensamente sensíveis e funcionam como antenas de reconhecimento rápido. Eles os usam para identificar coisas que não podem ver. Cientistas sugerem que ao tocarem um rato no escuro, os bigodes farão com que o gato reaja com velocidade e precisão de uma ratoeira. Outros cientistas especulam o gato possa dobrar alguns ou todos os pêlos dos bigodes para baixo quando pulam a noite para detectar pedras ou irregularidades no caminho. Animais do deserto, certamente utilizam deste artifício.
Os gatos têm grandes sensibilidades aos tremores e vibrações. Como outras espécies, eles podem dar alarme de um terremoto se aproximando. Há notícias de comportamentos estranhos de gatos 10 a 15 minutos antes de grandes terremotos. Parece que eles podem perceber pequenos tremores que são imperceptíveis aos humanos. Camponeses ao pé do monte Etna, têm gatos por perto, funcionando como “aparelhos de alarmes prévios para tremores”. Quando por nenhuma razão aparente um gato sai correndo pela porta como quem quer “salvar a pele”, os ocupantes da casa fazem o mesmo. Essa hipersensibilidade a vibrações é provavelmente aliada a crendices populares de que os gatos são capazes de percepções extra-sensoriais, vibrações que os cinco sentidos não captam. Não é possível avaliar se os gatos são sensitivos, apesar de ser fácil perceber porque ganharam tal reputação. A agudeza dos sentidos felinos capacita o animal a reagir em ocorrências para as quais o cérebro humano não está preparado. Esse fato, juntamente com olhar de “eu sei tudo” do gato, com certeza faz aumentar a crença de que ele possui dimensões sobrenaturais com forças estranhas.
O GATO É QUE LEVA A CULPA!!!
Uma conversa franca de Gato para Homem
Dentre os animais mamíferos que conhecemos,
certamente o gato é o possuidor do “sexto sentido”.
Para nós humanos, vivendo num mundo em que apenas é real o que se pode comprovar, é difícil entender uma criatura como o gato, que além dos nossos famosos cinco sentidos, também se utiliza do “sexto”. A forma que tem para isto lhe é muito peculiar. De repente, num ambiente calmo, onde parece não haver rumores, nem movimentos, eis que o gato eriça seu pêlo, mantendo-se na posição assumida frente ao inimigo, com a coluna arqueada e o pêlo teso. Com certeza, este ato é atribuído às suas capacidades visuais, auditivas e de percepção de vibrações, bem mais desenvolvidas do que a nossa. Portanto, quando ele eriça a pelagem em sinal de alarme, está reagindo às vibrações ou ruídos imperceptíveis à espécie humana. Obviamente, temos que reconhecer a sua inteligência e intuição de que é dotado. Logo, não devemos nunca desdenhar da inteligência de um gato e julgá-lo, por exemplo, inferior à capacidade de um cão, pois ele reage de forma diferenciada, exatamente porque sua linguagem é singular.
RONRONAR
Outra característica marcante da personalidade felina é o famoso ronronar. Quem tem um gato sabe o quanto é gostoso ouvir o ruído tranqüilizante da língua do “R”. Ele se expressa com repetitivos “Rsrrrrr...”, sonoros e aconchegantes, parecendo uma melodia de ninar. Na verdade, esta é a sua música. O prazer e a alegria que sente exteriorizam-se num prolongado “PURRR...”. Só que infelizmente, não é só de satisfação que ele ronrona, mas também por dor e solidão. Porém, é muito fácil identificar se é alegria ou insatisfação o que sente, pois quando ele faz este barulho perto do dono e procura aconchego, devemos aproveitar este momento, pois significa que quer compartilhar conosco deste momento de felicidade. Ao contrário, se ele se esconde e não quer conversa com ninguém, pára de se alimentar e procura estar sempre só, o ronronar comprova ser preocupante e logo um veterinário de confiança deve ser consultado. Por causa deste ruído, durante séculos, para o homem, o gato foi o vilão dentre os animais.
NÃO É ASMA; É CARINHO OU DOR
É preciso desmistificar o fato de que o gato tem e causa asma. Pessoas menos informadas passaram tais informações e parece que estes tabus foram passados de geração à geração e muita gente, ainda hoje, em pleno ano 2000, não tem a companhia de um gato, só de medo de pegar tal doença. Tudo por não saberem traduzir esta linguagem, sem ser igual, que só os felinos a possuem, que é o ronronar. O gato ainda sofre a injustiça do homem, por ignorância e falta de informação a respeito. Ninguém havia pesquisado sobre este som abafado, que é produzido pela dilatação de uma veia localizada próxima às cordas vocais, que vibra quando o animal está feliz ou doente. Logo, crendices populares repercutem facilmente, mas nem sempre são verdadeiras e a pesquisa científica está aí para provar o contrário. Gato faz bem à saúde dos humanos e pesquisas recentes comprovam que pessoas que convivem com animais e especificamente com o gato sofrem menos de “stress” e dificilmente morrem de infarto do miocárdio.
Texto: MARISA PAES
Fonte: www.casadogato.com.br
sexta-feira, 12 de março de 2010
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