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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Informações veterinárias.

1) COMPLEXO RESPIRATÓRIO FELINO
A Rinotraqueíte felina é uma doença viral muito comum que acomete os gatos domésticos e felídeos selvagens. Essa doença apresenta-se como uma "gripe" de gatos. Ela é causada pelo herpesvírus felino e a maioria dos gatos que se recuperam da infecção tornam-se portadores assintomáticos, ou seja, eles albergam o vírus no organismo de forma latente e podem eliminá-lo no ambiente, associado ou não a sinais clínicos.
Os sintomas são espírros, conjuntivite (podendo ou não ter úlceras na córnea), febre, falta de apetite, tosse, lesões na boca (úlceras), pneumonia e comportamento deprimido.
No início, apresentam espirros ocasionais, comportamento deprimido e febre. Os espirros tornam-se mais fortes e freqüentes. As descargas oculares e nasais são inicialmente de caráter seroso, mas podem se tornar mucopurulentas. O apetite diminui e pode cessar por completo. Os gatos afetados se desidratam rapidamente e perdem peso. Uma pneumonia bacteriana secundária poderá se desenvolver. As complicações oculares incluem a ceratite intersticial (inflamação da córnea) e a úlcera de córnea, que pode evoluir até a ruptura do globo ocular. As gatas prenhes podem abortar, geralmente durante a fase aguda da doença.
A transmissão ocorre através do contato direto, principalmente das narinas. As macro-gotículas eliminadas no espirro são importantes fontes de transmissão e podem ocorrer num raio de 1,5 m ao redor do animal enfermo.
Os portadores crônicos desta virose são de grande importância epidemiológica, pois são freqüentemente incriminados pela introdução e perpetuação de doenças respiratórias enzoóticas em gatis. Gatas prenhas portadoras são eliminadoras do vírus provavelmente cinco a sete dias após o parto, devido ao estresse deste período.
Seus filhotes tendem a perder os anticorpos maternos que os protegem contra a doença e ficam, com o tempo, vulneráveis à infecção causada pelo contato com a própria mãe ou com outros adultos portadores. Conseqüentemente, a rinotraqueíte é uma doença bastante freqüente em filhotes, podendo causar grande mortalidade. Muitos filhotes que se recuperam de uma rinotraqueíte severa tornam-se predispostos à infecções oculares e nasais recorrentes.
O seu veterinário poderá dar informações mais detalhadas a respeito de medidas preventivas para evitar a disseminação desta doença. O melhor a fazer é evitar a superpopulação, promover a boa ventilação e a higiene, providenciar a separação adequada das gaiolas numa distância mínima de 1,5 m, promover o desmame precoce e o afastamento de filhotes nascidos de mães suspeitas de serem portadoras, até que sejam completamente imunizados com a vacina. É de fundamental importância estabelecer um programa de vacinação anual em todos os animais.


2) PANLEUCOPENIA
È uma doença viral causado por um parvovírus. Há mais gatos infectados do que com sinais clínicos, devido ao alto nível populacional de anticorpos. Casos, subclínicos, que ocorrem geralmente em gatos mais velhos, usualmente não são detectados. Gatinhos não vacinados apresentam sinais severos, com as maiores taxas de mortalidade e morbidade entre 3 e 5 meses. Febre (40°C a 41,6°C), depressão e anorexia. Vômito tinto de bile não relacionado com refeições. Desidratação extrema (às vezes o gato fica agachado com a cabeça sobre o pote d’água). Alguns autores mencionam a “posição de panleucopenia” onde o gato tende a ficar com a parte anterior do corpo num plano inferior à posterior, com os quartos traseiros mais erguidos em direção aos dianteiros, na tentativa de amenizar dor abdominal. Diarréia é vista com menos freqüência, e quando ocorre, é mais tardiamente no curso da doença. Palpação abdominal: alças espessadas, como cordas, e observa-se desconforto. Geralmente há linfadenomegalia mesentérica, enquanto que linfonodos periféricos não costumam estar aumentados. Em infecções complicadas, pode haver ulcerações bucais, diarréia sanguinolenta e icterícia. Em caso de CID: petéquias e equimoses, apesar de que gatos dificilmente manifestam hemorragias, mesmo com trombocitopenia severa. A desnutrição severa com anorexia associada à intensa desidratação podem levar a um estado semi-comatoso e com hipotermia nos estágios terminais da doença. Geralmente recuperam-se animais que sobreviveram a mais de 5 dias de doença sem complicações, porém pode levar várias semanas. Gatas infectadas durante a prenhez podem apresentar aborto de fetos mortos , à vezes mumificados, e infertilidade, mas não apresentam sinais clínicos gastrintestinais. Alguns gatinhos podem nascer com ataxia, incoordenação, tremores e estado mental normal, típicos de doença cerebelar. Caminham com movimentos amplos (hipermetria), caem freqüentemente para os lados e têm tremores de cabeça. Os sinais de tremores desaparecem durante o sono. Nem todos os gatinhos são afetados ou apresentam os sinais na mesma intensidade. Casos neurológicos geralmente demonstram lesões retinais fúndicas.


3) PERITONITE INFECCIOSA FELINA (PIF)
A PIF é causada por uma variante do vírus corona. É uma doença mortal e difícil de diagnosticar.
Ainda em vida, é possível verificar se o animal desenvolveu anti-corpos para o vírus corona. Se o teste for positivo (o que significa que o animal esteve em contacto com o vírus) existem fortes probabilidades de ter o vírus, mas também existem fortes probabilidades de os anti-corpos encontrados se referirem a outras variantes do vírus corona e não propriamente ao que causa PIF. Os testes disponíveis não são por isso 100% fiáveis e os sintomas podem facilmente confundir-se com os de outras doenças. O único diagnóstico verdadeiramente correcto é aquele que se obtém após a morte do animal, em autópsia.
A PIF é altamente contagiosa. Transmite-se através da saliva, secreções e fezes de gatos infectados. Pode ser transmitida às ninhadas se a mãe estiver infectada. Para efeitos de contágio indirecto, o vírus sobrevive fora do corpo entre duas e seis semanas. Quando um gato morre de PIF, é importante que se cumpra um período de quarentena antes de receber um novo gato.
Um gato com PIF apresenta-se febril, perde apetite e peso, mostra-se cansado e deprimido. Pode vomitar, ter diarreia e perder o equilíbrio. Pode ocorrer ainda paralisia e infecções oculares graves.
A doença pode apresentar-se de duas maneiras: seca ou húmida. A forma do vírus corona que provoca a PIF é, em qualquer um dos casos, mortal. A doença não tem cura, embora exista tratamento que alivia os sintomas e os efeitos secundários da doença, permitindo prolongar a vida do animal. A PIF seca é a mais comum e permite que o tempo de sobrevivência à doença seja maior. A particularidade da PIF húmida é a acumulação de líquido no abdómen. De resto, os sintomas são semelhantes para ambos os casos.
Nem todos os gatos que são expostos ao vírus desenvolvem a doença. Os que têm um sistema imunitário mais debilitado são mais propensos a desenvolver a doença. Os gatos com um sistema imunitário forte conseguem criar defesas contra o vírus e podem ser portadores do vírus sem apresentar sintomas de doença.
Há duas maneiras de evitar a difusão da PIF:
Uma delas consiste em isolar os gatos doentes e evitar que estejam em contacto com outros gatos, especialmente com crias até às 6 semanas. A higiene é uma medida fundamental: a limpeza das gateiras e do comedouros e bebedouros pode ser decisiva. Fora do corpo o vírus é vulnerável à maioria dos desinfectantes.
A outra medida é a vacinação, mas a decisão é difícil porque a própria vacina pode comportar riscos para o gato. Geralmente faz-se uma avaliação individual dos riscos de exposição ao vírus a que está sujeito o animal. Quando se trata de um gato que nunca sai de casa, a vacina é desaconselhada pela maioria dos veterinários. Em grupos maiores e com mais possibilidade de contacto com o vírus faz mais sentido administrar esta vacina aos gatos para evitar a proliferação da doença, pois basta que um dos indíviduos de uma população de gatos traga o vírus para dentro da comunidade para que a transmissão a outros gatos ocorra, antes mesmo de a doença se manifestar e de termos oportunidade de isolar o animal infectado.


4) DOENÇA AUTOSSÔMICA DO RIM POLICÍSTICO (PKD)
A “Doença do Rim Policístico ou PKD (do inglês “Polycystic Kidney Disease”) é caracterizada pelo surgimento de cistos no rim, causando disfunção renal. A formação dos cistos ocorre ainda no período gestacional, porém estes aumentam de tamanho com o passar do tempo, e podem variar de 1 mm a 1 cm de diâmetro. Normalmente animais mais velhos apresentam cistos maiores e em maior quantidade que animais mais jovens.
Alguns dos sintomas clínicos da doença são: depressão, perda ou redução do apetite, sede demasiada, micção excessiva e perda de peso. Os problemas começam com o crescimento dos cistos, que causam disfunção renal, levando, finalmente, à falência renal. O diagnóstico pode ser feito de maneira nada agressiva, por meio de ultra-sonografia, ou através de exames de DNA. Aos 10 meses de idade o exame anatômico chega a 98 % de acurácia, quando realizado por veterinário experiente. Os exames de DNA são geralmente realizados em gatos com 8 a 10 semanas, e têm 100% de confiabilidade, em qualquer idade.
Em termos genéticos, a patologia possui penetrância incompleta e expressividade variável, o que faz com que gatos de idades diferentes possam desenvolvê-la em graus variados, embora seja mais comum que seu aparecimento ocorra entre 3 e 10 anos, geralmente em torno dos 7 anos. A herança é autossômica dominante (o que significa que sempre que um filhote desenvolver os cistos, um de seus pais também apresentará a mutação), e que esta se expressa tanto em homozigose quanto em heterozigose. Entretanto, acredita-se que a maioria dos embriões homozigotos (portadores dos dois cromossomos com o gene contendo a mutação, um derivado do pai e um da mãe) seja abortada ainda no começo de seu desenvolvimento, ou que morra em poucas semanas. Estudos com camundongos e outros animais indicam que a falta da proteína que é produzida pelo gene afetado (PKD1) causa diversos problemas no desenvolvimento do embrião, por estar associada com a morfogênese do mesmo. Portanto, espera-se que a grande maioria dos gatos portadores da PKD possua um alelo normal (forma selvagem do gene) e um alelo alterado (forma contendo a mutação). A mutação faz com que a proteína não seja inteiramente sintetizada (apenas cerca de 75% dela é construída), tornando-a não-funcional.
Alguns estudos mostram que uma interação poligênica pode estar envolvida na penetrância incompleta da PKD. Estudos familiares precisam ainda ser desenvolvidos para que um panorama mais conclusivo seja obtido. Entretanto, como em humanos são observadas outras formas da doença do rim policístico, de herança autossômica recessiva e poligênica, não se pode descartar que em casos mais raros outro tipo de herança esteja envolvida na transmissão familiar em felinos.
Como qualquer doença genética, a PKD não tem cura. Tratamentos paliativos e preventivos podem ser realizados para melhoria da qualidade de vida do animal. Dietas balanceadas, e água em abundância são recomendadas.
Estima-se que cerca de 35% dos persas sejam portadores do gene para PKD. Todas as raças derivadas ou portadoras de linhagens de sangue do persa (ex: himalaio, exotico, sagrado da birmania, Selkirk, british shorthair, american shorthair e Scottish Folds), bem como o próprio Persa, apresentam maior propensão à doença (prevalência estatística). Filhotes destas raças devem preferencialmente apresentar exames negativos para PKD, que indiquem ausência da mutação. Apesar desta prevalência, outras raças também podem apresentar o alelo mutado (siameses e American Curls), além dos SRDs (sem raça definida), mas segundo especialistas não se justificam exames dispendiosos.
Gatos que possuem o alelo mutado devem ser retirados de programas de reprodução dos criadores. Embora o manejo seja facilitado pela herança da doença ser autossômica dominante (o que significa que todo portador desenvolve a patologia), os exames para certificação dos padreadores devem ser iniciados antes da idade reprodutiva do animal, e devem ser preferencialmente feitos por meio de análises de DNA, pois cistos muito pequenos podem passar desapercebidos nos exames morfológicos, gerando falsos-negativos. A penetrância incompleta da patologia pode fazer com que um gato seja usado como padreador em uma criação durante anos antes que seja diagnosticado com a doença do rim policístico.
Assim, como o criador precisa estar atento e realizar exames nos gatos do plantel, o comprador de um filhote, sobretudo persa, deve estar também atento a existência de tais exames. Eles podem garantir que seu mascote passe mais tempo ao seu lado e tenha uma vida mais tranqüila.


VACINAÇÃO E VERMIFUGAÇÃO
-com 60 dias de idade o filhote deve tomar a primeira dose da vacina quádrupla felina (rinotraqueíte, panleucopenia, calicivirose e clamídia)
- com 90 dias de idade o filhote deve tomar a segunda dose da vacina quádrupla felina
- com 120 dias de idade o filhote deve tomar a terceira dose da vacina quadrupla felina + vacina anti-rábica, passando a ser vacinado anualmente com uma dose da quadrupla + uma dose da raiva.
-o filhote deve ser vermifugado a partir de 30 dias de idade, tomando uma segunda dose 15 dias após a primeira, e após isto deve ser vermifugado pelo menos a cada 6 mêses

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