A esporitricose é uma doença subaguda ou crônica, causada pelo fungo Sporotrix schenckii, que acomete tanto o homem quantos os animais. Na maioria das vezes, manifesta-se com uma infecção benigna limitada a pele e ao tecido celular subcutâneo. Raramente dissemina-se para os ossos e órgãos internos e, ocasionalmente, pode acometer primariamente o pulmão, evoluindo para disseminação sistêmica (NUNES & ESCOSTEGUY,2005). O Sporotrix schenckii é um fungo dimórfico, saprófito, ambiental e cosmopolita, acometendo várias espécies, entre elas cães, animais silvestres e o próprio homem (NUNES & ESCOSTEGUY,2005).Os gatos, entretanto, estão sendo considerados os maiores transmissores do fungo, apesar de serem uma entre várias espécies que podem transmite-la (MEDLEAU & HNILICA, 2003).
A infecção costuma ocorrer por vulnerações transcutâneas e a partir de materiais contaminados. Os casos de esporotricose no homem estão associados ao manuseio de vegetais ou ao contato com a terra (MEDLEAU & HNILICA, 2003). O gato pode contrair a doença graças ao hábito de arranhar pedaços de madeira, ou em brigas por alimento ou disputa por território com outros
gatos(MEDLEAU & HNILICA, 2003). Clinicamente os animais apresentam lesões no dorso do tronco e na cabeça. As extremidades também podem estar concomitantemente afetadas. As
lesões caracterizam-se por formações circulares, elevadas, com alopecia e crostas, em grande número e com ulceração central (SCOTT; et al,1996). No caso de disseminação da doença, podem estar presentes anormalidades oculares neurológicas e linfáticas(MEDLEAU & HNILICA, 2003). O diagnóstico de esporotricose pode ser afirmado pela demonstração de microrganismo em exsudatos ou em amostras de tecidos, pelo isolamento dos microorganismos por meio de técnicas de cultura, ou pela inoculação em animais de laboratórios com material infectado. Não é comum a visualização direta do microrganismos nos exsudatos, por se encontrarem em baixas quantidades nestes materiais (WOLF & TROY, 1995). A esporotricose, em virtude do grande polimorfismo que apresenta, simula numerosas dermatoses, afecções neoplásicas, infecções parasitárias (Demodex ou Pelodera) e reação a corpo estranho devem ser excluídas ao diagnosticar a esporotricose (MEDLEAU & HNILICA; 2003; TILLY & SMITH, 2003).
O tratamento consiste na administração de droga antifúngica sistêmica (itraconazol na dose de 10mg/kg) por 90 dias ou até a cura clínica completa (SCOTT et al., 1996). A utilização de luvas e lavagem das mãos e braços após manusear animais possivelmente contaminados torna-se
indispensável. O prognóstico varia de bom a regular, porém pode ocorrer recidiva (MEDLEAU & HNILICA, 2003).
Postado por VETERINÁRIA DE FELINOS - Dra Melissa Orr
quinta-feira, 27 de maio de 2010
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