A toracocentese e drenagem pleural são procedimentos emergenciais,terapêuticos e diagnósticos.Devem ser realizados antes mesmo de a radiografia ou de um exame clínico mais apurado.A manipulação do animal deve ser a mais cuidadosa possível e é importante a disponibilidade de oxigênio direto.
O material necessário é básico:Drena-se líquido pleural com um scalp 21 ou 23,com auxílio de uma torneira de três vias e uma seringa de 20ml.Pode-se utilizar também cateter ou cânula mamária ao invés de agulha,diminuindo assim o risco de laceração pulmonar.O ideal é que se realize a tricotomia e assepsia ampla da região entre o sétimo e oitavo espaço intercostal.O gato deve ser erguido pelos membros anteriores e a punção deve ser feita entre estes espaços,abaixo da junção costo-condral.A agulha deve ser introduzida em um ângulo de 45 graus,no meio do espaço intercostal,evitando-se os vasos que ficam próximos à borda posterior de cada costela.Logo depois,acopla-se a torneira juntamente com uma seringa,prosseguindo com a aspiração do líquido.O exame laboratorial da efusão nos guirá para o diagnóstico e tratamento.É colocado uma amostra do líquido em um tubo com EDTA,para a análise citológica e protéica,e em um outro sem EDTA,para o estudo bioquímico e para cultura de microorganismos.
Nos casos em que o derrame pleural é muito intenso,em que é necessário várias punções seguidas,o recomendado é a colocação de um tubo torácico.Diferentemente da toracocentese,a toracostomia geralmente necessita de sedação/anestesia.Pode-se utilizar uma indução com dissociativos e a seguinte manutenção com anestésicos voláteis,sempre precedida de oxigênio 100%.É criado um túnel,com o auxílio de uma pinça hemostática,iniciando-se no décimo espaço intercostal até o sétimo,penetrando na cavidade torácica.A seguir o tubo é fixado por sutura em "malha chinesa" e vedado por uma torneira de três vias.A efusão é aspirada 3 a 4 vezes ao dia e o controle da dor também é necessário.Dependendo da causa do derrame,o tubo deve ser mantido por muito tempo e os cuidados com a assepsia devem ser intensos.
As efusões pleurais se formam quando determinados fatores aumentam a formação do líquido pleural ou diminuem a sua absorção.Normalmente existe cerca de 1,5ml de líquido entre as duas pleuras.A parietal o produz e a pleura visceral o absorve.Portanto,disfunção como a insuficiência cardíaca congestiva,aumenta a pressão hidrostática dos capilares parietais,aumentando a formação de derrame pleural,sobrepondo a capacidade de absorção da pleura visceral.
Em hipoproteinemias,devido à queda da pressão colóido-osmótica,ocorre um escape maior de líquidos para a cavidade pleural,além de uma diminuição da absorção.
A diminuição da absorção também pode estar relacionada à distúrbios linfáticos,como obstruções por tumores do ducto torácico ou linfonodos.A hipertensão dos capilares devido à insuficiência cardíaca direita também causa efeito semelhante na drenagem natural do líquido pleural.
Processos inflamatórios ,além de aumentarem o fluxo sanguíneo local,provocam um aumento na permeabilidade capilar,formando efusões ricas em proteínas,com derrame pleural abundante.
O derrame sanguíneo(hemotórax) geralmente não é de origem pleural.Sua causa deve ser investigada.Traumatismos,coagulopatias e neoplasias intra-torácicas são as origens mais comuns.É importante salientar que a toracocentese só deve ser realizada em casos extremos,porque a tendência é que a hemorragia seja autolimitante,devido à pressão intrapleural e se for tratado conservadoramente o sangue pode ser reabsorvido.Uma outra possibilidade é a autotransfusão,retirando-se o sangue da efusão e reaplicando no paciente.
O piotórax e o quilotórax são tipos de efusões em que a colocação do tubo e aspiração contínua seja mais indicada.No caso de secreção purulenta,a lavagem e irrigação da cavidade pleural é fundamental,visto que só a antibioticoterapia sistêmica não é suficiente.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
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