A vocalização excessiva se caracteriza pelo o aumento da intensidade, frequência e/ou tonalização dos miados do animal.Pode ser um comportamento normal de determinadas raças orientais,como o siamês,mas muitas vezes consiste em um sinal de patologia orgânica ou comportamental.
Uma necessidade de contato social,atenção ou comida(dietas hipocalóricas?) pode explicar este comportamento em algumas ocasiões,mas muitas vezes é preciso uma história e exame clínico completo para se determinar a causa do exagero na vocalização.
Ansiedade,estresse por separação e ambiente pobre em estímulos pode levar o felino a esse comportamento.Disfunções orgânicas como lesões no hipotálamo e hipocampo,doenças dolorosas,como enfermidades urinárias e digestivas, também devem ser consideradas.
Um distúrbio bem comum é encontrado em animais idosos,um tipo de depressão senil,caracterizada pela degeneração cerebral e alteração da atividade de neurotransmissores,com consequente redução da função perceptiva e cognitiva do felino,gerando vocalizações principalmente à noite.Em animais geriátricos,o hipertireoidismo deve ser incluído também no diagnóstico diferencial.
Portanto uma anamnese completa é fundamental.O histórico comportamental,tipo de alimentação,estado nutricional, ciclo estral(fêmeas),qual foi a mudança na vocalização e se possível o registro ou filmagem pelo proprietário,o que facilita muito.
O exame hematológico e bioquímico também deve ser realizado,assim como a aferição da pressão arterial e dosagem de t4.Um aumento do apetite,emagrecimento e comportamento ansioso é muito sugestivo de hipertireoidismo.
Gato com mais de doze anos,principalmente siamês,com quadro clínico e laboratorial normal,e com distúrbio de vocalização excessiva,é um forte suspeito a sofrer de degeneração senil.Geralmente há uma mudança nos ciclos de sono-vigília,diminuição da interação social,desorientação e desaprendizagem de comportamentos habituais.
Traumas,problemas urinários e articulares podem ser melhorados com anti-inflamatórios,podendo-se utilizá-los como ferramentas diagnósticas.
O tratamento ,consequentemente, depende da etiologia.Quadros comportamentais podem ser resolvidos removendo-se as causas de ansiedade ou fornecendo uma rotina regular e previsível para o felino,com alimentação e brincadeiras em horários definidos,além de um enriquecimento ambiental(esconderijos,arranhadores...).
Fármacos antidepressivos tricíclicos,ansiolíticos e inibidores da MAO são bem prescritos.Dentre eles a Seleginina e a Clomipramina se destacam.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
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