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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Doença Inflamatória Intestinal Crônica.

Quadros digestivos intratáveis,com pobres respostas aos fármacos mais comumentes utilizados,principalmente com apresentação de vômitos frequêntes e fezes amolecidas,devem ser investigados em relação a Doença Inflamatória Intestinal Crônica.
Nenhuma etiologia específica foi identificada como causadora da doença,mas é consenso que existe
uma susceptibilidade imunológica individual do indivíduo em desenvolver esse quadro inflamatório,basicamente o enfermo cria uma intolerância ou uma reatividade anormal à própria microflora intestinal,desencadeando todas as disfunções digestivas.
O sintoma principal é o vômito crônico,emagrecimento e caquexia.Comumente ocorre a diarréia,que poderá ser bem grave e volumosa,com sangue ou tenesmo,dependendo da região intestinal mais afetada.Pode ocorrer episódios de anorexia ou até polifagia.
O diagnóstico diferencial do vômito em felinos,por si só,é bem amplo.Corpo estranho,hipertireoidismo,parasitismo intestinal,gastrite crônica,linfoma,sensibilidade alimentar,disfunções renais e hepáticas,tudo isso deve ser bem avaliado para determinarmos o diagnóstico.Além de um perfil bioquímico,é necessário uma avaliação do estado FIV/FeLV,dosagem de T4,exames coprológicos seriados e endoscopia,onde cerca de 42% dos enfermos apresentam alterações importantes neste exame,como da friabilidade,granularidade e erosões na mucosa.A ultrassonografia pode ser bastante útil,principalmente verificando-se a espessura da parede intestinal,medidas acima de 3mm são sugestivas.O diagnóstico definitivo é através da biópsia,realizado preferencialmente por laparotomia,porque é importante que os fragmentos da amostragem incluam todas as camadas da parede intestinal o que não é possível quando se utiliza o aparelho endoscópico para a retirada do material.
Estudos indicam que 30% dos gatos com sintomas de DIIC têm sensibilidade alimentar,portanto indica-se rações hipoalergênicas em todos os casos,favorecendo o controle dos sintomas.É importante também o controle parasitológico,muitas vezes uma giardíase não-tratada pode mimetizar toda essa sintomatologia,então um tratamento para helmintos e protozoários é fundamental.
A terapia farmacológica é o esteio do tratamento da DIIC.O uso de corticóides como a prednisona é o mais indicado,como também outros imunosupressores,dentre eles azatioprina e clorambucil.
A antibioticoterapia também é instituída,com o uso do metronidazol é evidenciado uma melhora clínica,o que fortalece a suspeita da participação na microbiota intestinal na etiologia da doença.Outro fármaco bem utilizado é a sulfasalazina,que age também como imunossupresor,interferindo na síntese de prostaglandinas.

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