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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Obstrução Ureteral.

A obstrução ureteral é uma afecção que pode ter um caráter emergencial,com azotemia grave, ou pode transcorrer silenciosamente até que o rim contralateral sofra alguma injúria ou até mesmo uma outra obstrução.
Todos os felinos podem ser afetados,sem distinção de sexo ou idade,sendo que os siameses parecem ser mais predispostos.A etiologia é principalmente cálculos de oxalato de cálcio formados nos rins,que adentram ao lúmen ureteral,impedindo o fluxo normal da excreção renal.Além de cálculos,formações de "plugs inflamatórios" constituídos de restos celulares e componentes protéicos podem formar tampões no ureter acometido.Causas mais raras que também podem ser encontradas estão:compressões extra-luminais por orgãos ou massas abdominais,tecidos cicatriciais da parede ureteral,neoplasias uretéricas e vesicais, e transfixação iatrogênica dos ureteres em ovariohisterectomias.
Quando ocorre uma obstrução de um ureter,logo o rim correspondente aumenta de volume,devido ao edema,levando-o a uma hidronefrose.Dependendo da causa e da gravidade, a pressão tubular aumenta e a taxa de filtração glomerular neste pode chegar a níveis mínimos.Estima-se que 7 dias após à obstrução a função renal pode ser perdida em quase 30%,portanto quanto mais tempo sem resolução,pior o prognóstico do rim afetado.Se a obstrução for unilateral e o outro rim estiver normal,geralmente o curso passa desapercebido,entretanto, à palpação nota-se uma diferença no volume dos rins(síndrome do "rim grande" e "rim pequeno").
Tardiamente,o rim ipsiolateral entrará em processo de fibrose e atrofia,diminuindo o volume consideravelmente e o contralateral hipertrofiará,na tentativa de suprir a insuficiência do primeiro,invertendo a escala de tamanho e volume encontrado.
Em casos emergenciais,quando o rim contralateral já é insuficiente,ou até mesmo em casos de obstruções bilaterais, os sinais de azotemia são pronunciados:vômitos,úlceras urêmicas,halitose,grave desidratação,dor lombar,inapetência geral,hipotermia e até coma.Os exames de imagens são fundamentais,baseado neles podemos fechar o diagnóstico e acompanhar `a dissolução.A radiografia simples é bem útil,principalmente se a causa for cálculos de oxalato de cálcio,porém corremos o risco de não visualizarmos,se ele for muito pequeno ou devido à sobreposição de estruturas.A ultrasonografia vai depender muito da habilidade do operador,mas a própria diferença de tamanho dos rins é bastante sugestiva.Urografias excretoras dependem do controle da azotemia e também há casos em que a TFG é quase inexistente,contra-indicando o exame nestes casos.A tomografia é o mais confiável e sensível.
O tratamento deve se imediato,com fluidoterapia equilibrada e monitorada,principalmente em animais anúricos,a diálise quando possível deve ser instituída,dosagem e correção de potásio sérico,controle do vômito e alimentação enteral via sonda.Controle da dor com opióides e antiespasmódicos,devendo-se evitar às DAINES.Se a produção urinária e a hidratação mantiverem-se normais,inicia-se uma terapia diurética com manitol ou furosemida,sempre tendo o cuidado com os eletrólitos.
Relata-se que 20% dos casos podem ser resolvidos só com estes cuidados básicos.Dependendo do tamanho,o cálculo ou tampão é removido naturalmente para a bexiga.A intervenção cirúrgica é quase sempre necessária,se em 5 dias o quadro não se resolver,o tratamento é cirúrgico.
O importante é que pode-se prevenir o problema,através de exames periódicos em animais com histórico de urolitíase por oxalato de cálcio e em nefropatas,mantendo sempre o contato com seu veterinário.

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