PEDRO TORNAGHI.A glândula pineal sempre teve uma importância fundamental para a saúde e para a espiritualidade na visão indiana. No ocidente porém, é recente o reconhecimento de sua relevância. Até bem pouco tempo, até os anos sessenta, ela era considerada um órgão remanescente da história evolutiva humana, algo, assim como o apêndice do intestino, que já teria tido uma função orgânica em outros tempos e que resistiria, apenas, por inércia no corpo.
Em 1953 o Dr Aaron Lerner, um dermatologista norte-americano interessado em novas possibilidades de cura do vitiligo teve a intuição de pesquisar se haveria algum hormônio envolvido no processo de descoloração de pele ocorrido na doença. Ele saiu em procura de literatura científica acerca do assunto e descobriu um artigo de 1917 que falava de uma experiência onde glândulas pineais de bois haviam sido trituradas e lançadas em um tanque cheio de girinos. Relatava o artigo que, após meia-hora, a pele dos girinos havia se tornado transparente, possibilitando enxergar seus corações e intestinos. O artigo não despertou maiores interesses na época e o assunto foi esquecido.
Dr Aaron sentiu haver ali uma pista do que buscava e dedicou seis anos de pesquisa árdua, junto a uma dedicada equipe, até identificar a estrutura molecular de um hormônio totalmente novo e desconhecido, o mais potente hormônio que ele conhecera até então. Dr Lerner batizou o hormônio de ?melatonina?, uma junção de ?mela? e ?tonina?, em referência à melanina, uma vez que o hormônio clareava as células que produzem o pigmento melanina e a serotonina, o neurotransmissor precursor da melatonina.
Nos anos seguintes, Lerner e outros cientistas passaram a investigar o alcance dessa descoberta e, dentre esses novos pesquisadores, destacou-se o Dr Russel Reiter, que dedicou as últimas cinco décadas investigando as funções e aplicações possíveis desse hormônio.
As experiências em laboratório se mostraram cheias de surpresas para os cientistas que, aos poucos, foram identificando o novo hormônio como um versátil e poderoso antioxidante. Descobriu-se nele o dobro da capacidade de combater radicais livres do que possuía a vitamina E, o mais poderoso anti-oxidante até então conhecido. A melatonina trazia entre seus benefícios desde a diminuição de risco de doenças cardíacas e certos tipos de câncer até o abrandamento da incidência de catarata.
Foram feitas experiências com ratos contaminados com câncer e HIV e os resultados foram sempre animadores. Em uma dessas experiências, ratos que receberam doses extras de melatonina foram induzidos a diferentes tipos de câncer. Enquanto ratos que não haviam recebido a dose extra desenvolviam a doença, os que haviam recebido a dose, não desenvolviam. O mesmo foi feito com o vírus da AIDS. Primeiro inoculou-se o vírus em dois grupos de ratos, um alimentado com fortes cargas de melatonina e outro com placebo. Nos ratos que receberam a melatonina, o vírus não se tornou ativo, enquanto nos outros o virus teve a progressão natural da doença. Em seguida, se inverteu a experiência, inoculando antes o vírus HIV em ambos os grupos e, depois dele se tornar positivo, foi dada uma dose extra diária de melatonina a metade dos ratos. Os que tomaram melatonina, praticamente não foram vitimas de doenças oportunistas, as mesmas que vitimaram a maioria dos ratos do outro grupo. Todas essas experiências e muitas outras estão registradas no livro do Dr Reiter, ?Melatonina?.
Mas os efeitos positivos da melatonina não paravam por aí. Aos poucos foi-se descobrindo que ela desencadeia o ciclo natural do sono, combatendo a insônia, a ansiedade e a depressão. Além de ser ela a responsável pelo alongamento do período mais restaurador do sono. Notou-se que quando os níveis de melatonina atingem seu ponto máximo durante o sono, ocorre uma significativa diminuição do cortisol no sangue - o hormônio do estresse. Isso significa que, sob essas doses, o estresse perde sua capacidade destrutiva das células comuns e das neurais.
A equipe do Dr Reiter chegou à conclusão de que a melatonina é o mais importante hormônio para quem deseja usufruir de uma longevidade saudável, uma vez que os ratos alimentados com a dose extra do hormônio viveram até 20% mais de tempo e em condições mais saudáveis do que os que foram privados da dose. Mais tarde, experiências com voluntários humanos, confirmaram que a melatonina realmente tem o potencial de prolongar, de maneira outrora inimaginável, os anos de vida saudável e produtiva do homem, adiando a instauração de doenças como artrite, diabetes, câncer, Alzheimer e Parkinson e propiciando uma capacidade cognitiva e uma memória afiada na idade avançada.
Talvez, a maior contribuição que se possa dar para amenizar ou em alguns casos até reverter o quadro de envelhecimento vertiginoso a que estamos destinados, seja o aumento da quantidade de melatonina no sangue. O problema é que a partir da puberdade, a glândula pineal começa a decrescer significativamente a produção de melatonina. É preciso que alguma coisa a mais seja feita para que esse processo seja revertido.
Há duas maneiras conhecidas para se aumentar a concentração desse hormônio no sangue, a níveis desejados para quem deseja melhorar seu desempenho físico e intelectual com o passar dos anos. Pode-se tomar o hormônio sintetizado em pílulas ou reeducar a pineal para otimizar o seu funcionamento. Podemos fazer um deles ou ambos. A diferença entre os dois pode ser comparada com a diferença entre tomar leite materno ou de vaca quando se é bebê. Os dois têm cálcio e outros nutrientes necessários ao desenvolvimento do bebê, mas um deles é feito sob medida e encontra rejeição quase nula no recém-nascido. O quanto pudermos regenerar nossa glândula e aprimorar seu funcionamento através das milenares meditações da pineal, certamente será melhor.
Como dissemos no início do artigo, para a medicina clássica indiana, a pineal sempre foi considerada importante. Ela é ligada a um chakra essencial para o desenvolvimento da visão espiritual e da meditação. Isso inspirou a cuidadosa criação e elaboração de muitas meditações e diferentes técnicas de ativação da glândula nos últimos milênios. Essas técnicas foram reunidas e sistematizadas para serem usadas no curso ?Memória e Rejuvenescimento através da Meditação?. São uma parte importante do processo de regeneração celular, desenvolvimento e preservação da memória a que o curso se propõe a facilitar.
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Pedro Tornaghi - Agenda de Eventos - site : www.fatimahborges.com.br
terça-feira, 13 de abril de 2010
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