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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Doação de sangue animal não é suficiente para demanda..

Denise Fantoni, responsável pelo banco de sangue do Hospital Veterinário da USP, admite que precisa recorrer aos canis da cidade para manter o número mínimo de doadores.

Toti é um cão da raça Boxer, de 9 anos, que acaba de passar por uma grave intervenção cirúrgica para a retirada de uma de suas patas dianteiras. O animal teve câncer e por pouco não veio a falecer. Como perdeu muito sangue durante a cirurgia, é um dos fortes candidatos a receber uma das bolsas disponíveis no banco do Hospital Veterinário da USP.

A transfusão está garantida, graças à ajuda de um parceiro de mesma raça. Thor, um serelepe Boxer de 1 ano e 7 meses e quase 30 kg está pronto para a doação. Ele chega ao hospital na companhia de seus donos, Sandra Elias Mesquita e o filho, o estudante de medicina veterinária Renan. “A doação do Thor é tão importante quanto qualquer doação feita a seres humanos, por isso, sempre que posso, faço propaganda para os vizinhos”, esclarece Sandra.

O processo de doação é simples, praticamente indolor, e não dura mais que 20 minutos, deixa claro a médica veterinária Karin Denise Botteon, doutoranda do Setor de Cirurgia e Anestesiologia de Pequenos Animais da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP.

Para ser um doador, o cachorro precisa apenas se encaixar em alguns requisitos, para a própria segurança do animal, explica o Dr. Márcio Moreira, coordenador do Hospital Veterinário da Universidade Anhembi Morumbi. “O cão deve estar vacinado e vermifugado, não estar prenhe, não ter passado por procedimento cirúrgico recente, estar clinicamente saudável, apresentar temperamento dócil e controle de pulgas e carrapatos”.

Os felinos também são doadores

Já no caso de gatos, as exigências para os doadores são diferentes. Karin explica que como os felinos são menores e mais sensíveis, só podem doar de 40 a 60 ml. “O banco de sangue para felinos está em processo experimental aqui na USP. Como não existem bolsas apropriadas no Brasil, estamos realizando, por enquanto, a transfusão aberta, ou seja, por meio de seringas”.

A veterinária esclarece ainda que o processo de seleção do doador é parecido com o dos cães. “O gato passa por uma triagem para sabermos um pouco mais sobre seu estilo de vida e, em seguida, são feitos exames de sangue e de doenças infecciosas”. A médica destaca também que o peso do animal deve ser de no mínimo, 4,5 kg. “Todas essas etapas são necessárias porque precisamos garantir que o sangue retirado seja de excelente qualidade”.

Apesar da disponibilidade dos hospitais para receberem novos doadores, a tarefa nem sempre é fácil. Denise Fantoni, Profa. Dra. do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária da USP explica que faltam doadores e o banco de sangue sempre está em débito. Para tentar driblar o desfalque, ela admite que precisa entrar em contato com canis, que nem sempre estão dispostos a submeterem seus animais à doação.

Já o Hospital Veterinário Anhembi Morumbi realiza no mês de outubro uma campanha de doação voluntária de sangue canino. “A necessidade de doadores é constante, pois muitos casos são encaminhados para realizar a transfusão aqui, no Hovet-AM”, salienta Márcio Moreira.

Mas nem tudo está perdido. Aos poucos, as pessoas têm tomado consciência da importância de seus pets serem doadores. Em redes sociais virtuais já é possível encontrar comunidades do tipo “Eu sou cachorro, doo sangue” e “meu gato salva vida, é doador”, com cerca de 865 e 30 membros respectivamente.

Os interessados a candidatarem seus animais a doadores devem ligar no banco de sangue de um hospital veterinário e agendar uma pré-consulta.

Serviço
Hospital Veterinário de Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP
Endereço: Av. Prof. Dr. Orlando Marques de Paiva, 87 – Cidade Universitária
Tel: (11) 3091-1244 / 3091-1248

Hospital Veterinário Anhembi Morumbi
Endereço: Rua Conselheiro Lafaiete, 64 – Brás
Tel: (11) 2790-4643 / 2790-4642

O sangue está em falta. E não é apenas o humano, infelizmente. Cães e gatos também costumam penar para conseguir um doador compatível. Por isso, hoje os grandes hospitais veterinários dispõem de bancos de sangue para tentar suprir esta necessidade e poder tratar com segurança e agilidade os pacientes peludos.

Esta foi a sorte do maltês Thor, portador de anemia hemolítica auto-imune, doença genética que exige transfusão de sangue, que chegou ao Hospital Veterinário Sena Madureira em estado grave. Sua vida foi salva porque foi possível selecionar uma bolsa no banco de sangue do Hospital compatível. “Depois da transfusão, Thor surgiu caminhando na sala de espera, enquanto a veterinária segurava a bolsa de soro, como se fosse uma colerinha. Eu nem acreditei", lembra Isabel, dona do animal.

Quem pode doar

Para ser um doador é preciso ter mais de 27kg, no caso de cães, e 4kg, para gatos. O animal deve ter temperamento dócil, ter entre 1 e 8 anos, não ter passado por transfusões prévias e ter a vacinação e vermifugação em dia.

E para quem tem medo de transformar seu animal de estimação em doador vale esclarecer que a ação é indolor - apenas uma picadinha. Após a doação o organismo recupera rapidamente o sangue doado em pouco tempo. As fêmeas podem doar sangue a cada 3 meses, e os machos a cada 2 meses.

Fonte: PetMag.

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