PEDRO TORNAGHI.Na Índia antiga, havia quem considerava que possuímos quatro diferentes memórias: a memória mineral, a vegetal, a animal e a humana. Segundo esse modo de ver a vida, o ser humano evoluiu da realidade mineral para a vegetal, depois para a animal e, por fim, para a humana e, por isso, traz gravado em seu íntimo, um rico aprendizado dessas experiências. As moradas dessas quatro memórias são os quatro primeiros chakras. Ter acesso equilibrado e consciente a essas quatro memórias permite uma vida psíquica harmônica e um organismo saudável. As funções metabólicas de nosso corpo dependem da sabedoria acumulada nesses chakras e o funcionamento sadio deles garante as condições ideais para nossa evolução e a base para uma boa e duradoura qualidade de vida.
O primeiro chakra está ligado à relação do homem com o mundo mineral. É ele quem coordena a absorção de sais minerais pelo corpo, administra o quanto de cálcio, magnésio, zinco, fósforo, cobre & cia o corpo retém do alimento digerido. Quando desequilibrado, ele provoca danos preocupantes, uma vez que, por exemplo, o excesso de cálcio em neurônios é uma das principais causas de morte de células nervosas, do envelhecimento precoce do corpo e de diferentes doenças senis. Equilibrado, ao contrário, ele cria condições para a longevidade saudável.
Uma vez que nossa natureza mineral é a mais antiga entre nossas quatro naturezas, a memória mineral, residente no primeiro chakra, nos remete aos primeiros registros da existência e administra nossos instintos mais primitivos, incluindo o de sobrevivência.
Desde o big-bang, quando surgiram as primeiras partículas no Universo, houve necessidade de movimento das partículas e ao mesmo tempo uma resistência a esse movimento. Partículas são energia e energia só existe em movimento, mas, uma vez que estavam no universo manifestado, elas encontraram resistência. Desde então, está impresso em todo átomo existente no universo, a informação de que a cada movimento, encontra-se uma resistência. Esse chakra se torna, dessa maneira, ligado ao instinto de cautela e administra um ?freio? e um ?acelerador? psicológicos que nos orientam o quanto devemos nos atirar a partir de nossos impulsos ou não. Esse chakra é a base de nosso ego (acelerador) e superego (freio). Quando desregulado, tendemos a nos conter onde é mais indicado avançar ou nos atirarmos em situações onde seria mais saudável recolher.
O segundo chakra está vinculado à relação do homem com o reino vegetal. Nele habita a memória do tempo em que pertencemos a este reino e, com isso, ele abrange a consciência de nossa necessidade de ascenção atrás de um lugar no sol, abarcando os meios para isso, como a sabedoria de como proceder para a constante transformação de luz em clorofila, de ignorância em conhecimento, etc. No plano físico, ele regula diversos processos de absorção do corpo, incluindo a do alimento pelos intestinos e no psíquico, confere a sabedoria de como e por quê se comprometer com a própria dinâmica evolutiva, chamada na Índia de swadharma.
O terceiro chakra é regido pela memória animal. Nele mora o instinto de caçador do homem, formado nos quatro milhões de anos em que vivemos como coletores/caçadores. Durante esse tempo sobrevivia - para perpetuar a espécie humana na Terra - quem melhor corresse atrás de um búfalo, quem conseguisse derrubá-lo com as unhas e, depois, cortá-lo sem as regalias de uma faca afiada. Esse instinto de caçador de nossos antepassados é, ainda hoje, muito presente no homem e surge à sua revelia, muitas vezes em situações constrangedoras.
É o que acontece com o rapaz que faz gracejos abusivos para a morena que passa à frente do botequim, ou que briga ferozmente por seu time de futebol, ou que se agrupa em gangues para lutar com outras gangues. Esse instinto, quando descontrolado, pode deixar a pessoa perigosa, mas quando harmonizado, pode deixá-la com o potencial realizador aumentado.
O quarto chakra, ligado à memória humana, guarda a memória de nossas experiências pessoais, mas também do que herdamos de sabedoria de toda a humanidade. Aí, moram os instintos humanos, incluindo o amor e os sentimentos de amizade, solidariedade e liberdade. Moram, também, a capacidade de compreensão, comunhão, compaixão e sentimentos afins. Quando nos aprofundamos neste chakra tornamo-nos mais humanos e habilitados para a felicidade amorosa.
Desenvolver a memória, sob a ótica indiana, vai além de aprimorar capacidades técnicas de memorização, desenvolvê-la em sua totalidade, inclui também entrar em contato com a sabedoria existente nestes chakras. Quando isso acontece, nos surpreendemos ao ver como a memória objetiva passa a funcionar. Ganhamos uma enorme capacidade de retenção de novos aprendizados e o acesso a antigas informações e experiências guardadas em nós, desde tempos remotos.
Para esse objetivo, foi criado o programa ?Memória e Rejuvenescimento Através da Meditação?, com seus cinco pilares: exercícios de memorização, técnicas de respiração e de meditação, exercícios de regeneração celular e sugestões nutricionais para a memória. Estes cinco elementos, funcionando sinergicamente, nos levam a regiões onde a memória guarda segredos importantes acerca de nós mesmos e, ao mesmo tempo, desenvolvem o potencial possível da memória atual.
No final de uma jornada de autoconhecimento, a pessoa funciona melhor física, intelectual e emocionalmente, podendo aliar a satisfação das necessidades subjetivas à realização dos objetivos práticos.
No nível físico, o rejuvenescimento celular promovido pelas respirações do programa leva a diferentes benefícios, desde a recuperação da plenitude do vigor sexual pleno, passando pelo aumento da flexibilidade do corpo, pela melhoria do funcionamento glandular, pela restauração do tônus muscular ideal e pela capacidade de relaxamento.
No nível emocional, a pessoa adquire grandes doses de entusiasmo interior e cria as bases para um olhar mais humano e amoroso para a vida e para um estado de felicidade duradoura.
No nível mental, além da ativação dos potenciais da memória, as meditações do programa melhoram a habilidade cognitiva e a atenção, evitam a fadiga mental e previnem o declínio das faculdades intelectuais. Os efeitos anti-stress das meditações proporcionam calma, entendimento, discernimento e equilíbrio para tomar decisões sensatas. As respirações utilizadas promovem agilidade de reflexo mental, aumentando a capacidade de responder a desafios diários sem se desgastar em excesso. Uma pessoa normal se torna capaz de memorizar, em detalhes, longos textos após uma única leitura ou memorizar cerca de 100 palavras por hora em língua estrangeira.
O prazer da recuperação e desenvolvimento de nossas habilidades intelectuais é indescritível. É ver para crer. É experimentar para ver. E, assim, saborear a vida com mais plenitude.
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terça-feira, 13 de abril de 2010
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