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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Centenário de Chico Xavier, um homem que dedicou a vida ao próximo .

ATÉ A PRÓXIMA QUINTA-FEIRA, 1º, A TARDE TRAZ MATÉRIAS ESPECIAIS SOBRE O MÉDIUM MINEIRO CHICO XAVIER, CONTANDO EPISÓDIOS DA SUA VIDA E A IMPORTÂNCIA DA OBRA QUE ELE DEIXOU

Ele costumava dizer que era apenas um Cisco (ou o “Cisco do Fran”). Um Cisco que se espalhou pelos olhos de toda uma geração e até hoje continua a deixar suas marcas. Um Cisco que ultrapassou crenças e racionalismos, incomodou muitos olhos desconfiados, misturou-se às lágrimas dos mais emocionados e seguiu sua missão na Terra. Ele é Chico Xavier, o Cisco: o mais importante médium do Brasil, difusor da prática da caridade e um dos mais renomados líderes espíritas do mundo.
Nascido no interior de Minas Gerais, na cidade de Pedro Leopoldo, em 2 de abril de 1910, Francisco de Paula Cândido (seu nome de batismo) completaria 100 anos na próxima sexta-feira (coincidência ou não, Sexta-feira Santa). O centenário de Chico Xavier será marcado por uma série de comemorações realizadas por todo o Brasil. Chico Xavier faleceu aos 92 anos, vítima de uma parada cardíaca, no dia 30 de junho de 2002, em Uberaba, cidade do interior de Minas Gerais onde Chico morou durante 63 anos.
Foram dois dias de velório na sede do Grupo Espírita da Prece, centro fundado por ele em 1975 e mantido até os dias atuais pelo filho adotivo, Eurípedes Humberto Higino dos Reis. Mais de 30 mil pessoas acompanharam o cortejo ao Cemitério São João Batista, onde o médium foi enterrado.

Obras - Responsável pela difusão da doutrina espírita no Brasil, Chico Xavier psicografou mais de 400 obras. Um legado que o consagraria, sem sombra de dúvida, como um dos mais importantes escritores da sua época. A primeira psicografia do espírita, Parnaso de além-túmulo, reuniu 53 poemas de 14 renomados poetas já falecidos, como Casimiro de Abreu, Castro Alves e Augusto dos Anjos. Mas Chico Xavier não queria os louvores para si: diziase apenas “uma tomada entre os dois mundos”.
E não foi apenas dos elogios que ele abriu mão: toda renda dos direitos autorais de suas obras – mais de 50 milhões de exemplares vendidos – foi renunciada pelo médium e destinada a instituições espíritas para ser aplicada em projetos de assistência social. A editora da Federação Espírita Brasileira (FEB), por exemplo, já editou mais de 18 milhões de títulos psicografados por Chico Xavier. Para o presidente da FEB, Nestor João Masotti, ele “ se tornou alvo do reconhecimento, não apenas da comunidade espírita, mas das pessoas que foram beneficiadas pelo seu trabalho e exemplo de vida”.
Todavia, sua trajetória não foi fácil. Por várias vezes foi acusado de impostor pela imprensa e até mesmo pelo próprio sobrinho, Amauri Xavier Pena. Intrigante e reservado, Chico Xavier despertou a curiosidade de todos e conseguiu atrair o apreço até dos mais céticos que, ao visitarem o médium na sede do Centro Espírita Luís Gonzaga – fundado por ele e pelo irmão José Xavier –, deparavamse com um homem franzino, de aparência frágil, que, de repente, colocava a mão sobre a testa e desfilava palavras sobre o papel com uma rapidez impressionante.
O mentor espiritual - O contato de Chico Xavier com os “seres do outro mundo” começou na infância. Aos 5 anos, Chico perdeu a mãe e ficou sob os cuidados da madrinha, Rita de Cássia. Uma convivência marcada por castigos, tapas e até garfadas (irritada com as “alucinações” do menino, a tutora, certa vez, enfiou um garfo na barriga do garoto). Em meio ao sofrimento, teve a sua primeira visão: a mãe, Maria João de Deus, apareceu para confortá-lo e pedir que perdoasse a madrinha e, em breve, um anjo iria aparecer no seu caminho.
No final daquele ano, 1915, o pai de Chico, João Cândido Xavier, casou-se com Cidália Batista. Ele e seus oito irmãos voltaram a formar uma família. Chico decifrou a mensagem da mãe: o anjo era a Cidália, que, mesmo sem compreender suas visões, o acolhia e o confortava. Foi aos 21 anos, ao ver pela primeira vez o espírito Emmanuel – o seu mentor espiritual – que Chico descobriu sua missão na Terra.
Servir de interlocutor entre o mundo espiritual e o terreno passou a ser objetivo de vida do jovem mineiro que abriu mão de tudo: sexo, dinheiro e possibilidade de construir uma família para se dedicar à sua fé. Emmanuel o incumbiu da primeira tarefa: escrever 30 livros. Foi o começo de uma produção intensa.
Chico tentava se preservar, mas, em pouco tempo, a pacata cidade do interior mineiro não era mais a mesma. A cidade de Uberaba passou a receber milhares de pessoas que procuravam Chico Xavier em busca de conforto espiritual e contato com parentes já falecidos.


“Se doarmos mais um tanto, se repartirmos um tanto mais, se houver um entendimento maior, estaremos contribuindo para a diminuição de agressividade”

CHICO XAVIER, médium mineiro

“Chico teve reconhecimento não apenas da comunidade espírita, mas das pessoas beneficiadas pelo seu trabalho”

NESTOR JOÃO MASOTTI, presidente da FEB

O mais importante médium do Brasil psicografou cerca de 400 obras.

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