quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Auto- Estima
Pergunta: Desde de o fim de um relacionamento, estou sempre com a sensação de q alguma coisa está pra acontecer e nunca é uma coisa boa. Sempre acreditando em boas pessoas, me dou mal na vida. E com isso fiquei com minha auto-estima em baixa. Me isolei do mundo, trancando-me em casa. E quando saio, nunca acho q alguém irá me notar. Como é q alguém poderia reparar em alguém como EU? não tenho uma bela aparência, não tenho as medidas de miss. E com isso estou a cada dia mais triste. Será q vc teria algumas palavras para mim?
Auto-estima
A auto-estima se forma a partir das primeiras experiências infantis. A criança percebe no olhar e na expressão amorosa dos pais que está recebendo atenção, que aqueles que a cercam se encantam e se preocupam com ela. Sentindo-se o centro das atenções, ela cresce confiante de que é amada e que sua existência é importante. Quando começa a ser educada, tendo que controlar seu impulsos e aprendendo que não pode realizar seus desejos e necessidades imediatamente, já possui uma base para suportar as pequenas restrições que lhe vão sendo impostas no processo de respeito às leis da sociedade e da convivência com os outros, o que vem a ocorrer na escola.
Se esse processo for feliz, a criança, mesmo não sendo linda e tão inteligente como outras, sente-se segura e vai tentar de qualquer maneira usar todo seu potencial para manter intacta a auto-estima que já conquistou. Essa criança pode comportar-se de modo mais atraente e render mais no seus estudos do que outras, mais bonitas e mais inteligentes, que não foram, no entanto, devidamente apreciadas pelos pais.
Estas últimas, por outro lado, encontram no convívio com outras pessoas a oportunidade de viverem experiências que podem suprir o que lhes faltou em casa. Crianças que possuem talentos que não foram reconhecidos pelos familiares podem, de repente, superar as seqüelas deixadas pela omissão ou falta de sensibilidade dos que as cercaram em seus primeiros anos de vida e tornar-se auto-confiantes, modificando-se internamente quando o reconhecimento de suas qualidades vem de pessoas que elas valorizam e que têm autoridade.
Muitas vezes a relação dos pais com os filhos é narcísica: os pais esperam que os filhos sejam e realizem o que não conseguiram, que reflitam para eles a imagem que não conseguiram ver refletidas. Em geral, são pessoas insatisfeitas que impõem aos filhos o dever de lhes proporcionar, vicariamente, a felicidade que almejaram. Deixam, portanto, de verem o filho como uma pessoa com características e tendências próprias, e insistem em tratá-los como se fossem meros prolongamentos de si. Quando a criança não corresponde às expectativas e não tem a sorte de encontrar na escola experiências que venham a compensar ou anular o que viveu em casa, sente-se praticamente renegada, mesmo que isso se passe sorrateiramente. Surgem as pessoas com baixa auto-estima; condenadas a viverem em função da reação dos outros para se auto-avaliar.
Na pergunta acima, vemos uma moça cujo mundo desaba com o fim de um relacionamento amoroso. Ela se sustentava não por seu próprio conceito acerca de si; precisava do namorado para sentir que valia alguma coisa. Por ficar sem chão, não pode sair. Tranca-se em casa para evitar a sensação de não ser vista, sem dar-se conta de que ela mesma não se olha, não olha para dentro de si. Foge de fantasmas que acredita estarem fora dela, nas ruas, e que podem destruí-la se não lançarem sobre ela um olhar de interesse, de admiração. Mais uma vez, ela imagina que a culpa é dela, que ela é um "erro da natureza" porque não possui medidas de "miss". Percebe-se que não "reinou" em seu lar, que não foi (ou não sentiu-se) alvo do olhar amoroso de pais amorosos. Delega a qualquer um o poder de ressuscitá-la ou de fazê-la manter-se emparedada.
Ninguém se dá mal na vida por acreditar em pessoas boas e, sim, por não saber distinguir uma pessoa boa de uma não boa. Guiada pela certeza de que os pais eram bons e ela é que não era boa, vai repetir a situação de amar alguém que não a valorize. Como sobreviver admitindo que os pais não são bons, por mais rejeitadores que tenham sido? A adulta de hoje se torna indiscriminada: não aprendeu a reconhecer quando está sendo amada.
Todos sabem que a torcida é importante, que chega a influir no desempenho de um time ou de um atleta. Nos dias de hoje, entretanto, é preciso aprender a jogar sem torcida. As pessoas boas não estão sempre ao nosso lado. Os corpos atléticos, a valorização da musculatura, numa era em que poucos esforços são necessários para que se viva, podem ser a metáfora da necessidade de estarmos fortes interiormente para sermos capazes de enfrentar não mais as intempéries, os animais selvagens, a busca do alimento mas, sim, outros monstros ameaçadores, como a inveja, a falta de solidariedade, a competição permanente, a deslealdade. Da mesma forma que existem academias de ginástica para as pessoas ficarem fortes e belas, existem os consultórios dos psicanalistas e psicólogos para as pessoas se tornarem mais robustas emocionalmente. Sejamos otimistas e pensemos que a vida pode se tornar muito interessante quando nos apresenta um desafio. O mundo está aí e você, autora da carta sobre auto-estima, pode perfeitamente ultrapassar essa fase que está vivendo, livrando-se, pelo menos, de seus fantasmas.
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"Pensamentos ruins trai coisas ruins.
ResponderExcluirEntão sorria sempre"
♥♥♥♥♥ ♣ ♥♥♥♥♥
Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios
Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador
Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos
Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz.
Charles Chaplim
beijinhos
Nina. ♥