quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Não sabe se casa ou se compra uma bicicleta?
Geralmente, quem reclama por uma decisão é aquele que quer casar e sabe muito bem disso! Quem não quer ou está em dúvida, vai “empurrando com a barriga”, deixando a vida acontecer pra ver o que vai dar lá na frente.
No entanto, mesmo que aparentemente o “indeciso” não sofra, isso pode não ser exatamente uma verdade. Até porque, se existisse alguém que realmente tivesse certeza absoluta de que não quer se comprometer, certamente nem se envolveria. Mas não é isso o que acontece.
Até mesmo quem não sabe o que quer, prefere “ficar”, beijar, divertir-se e aproveitar as delícias de um encontro amoroso a permanecer sozinho. Ou seja, a grande maioria dos seres humanos – pra não correr o risco de generalizar dizendo todos – quer, sobretudo, compartilhar sua vida com alguém.
Talvez aqui coubesse bem o célebre verso de nosso querido Vinícius de Moraes: “Fundamental é mesmo o amor. É impossível ser feliz sozinho”. Sim, porque sozinho, sozinho, não conheço ninguém que queira de fato ficar!
Então, por que será que, vira e mexe, conhecemos ou ouvimos falar de um fulano ou uma sicrana que fica-mas-não-namora, namora-mas-não-casa, ou ainda, casa-mas-não-se comporta-como-tal? Qual será a dificuldade ou o medo de assumir integralmente um compromisso, com todos os ônus e bônus que essa escolha significa?
E convenhamos: esse dilema não deve ser nada recente, também nada deve ter a ver com a modernidade ou as facilidades dos encontros virtuais, já que até nossos avós citavam, de vez em quando, o famoso dito popular “o sujeito não sabe se casa ou se compra uma bicicleta”. Ou seja, a história da dúvida vem de longe!
Sim, claro, nem sempre é fácil tomar uma decisão tão importante sem ter nenhuma duvidazinha sequer. No entanto, isso é muito diferente de ir arrastando relacionamentos indefinidamente. Esse quadro revela, antes de tudo, alguém que precisa investir urgentemente em autoconhecimento e amadurecer afetivamente para poder fazer escolhas que possibilitem a si e ao outro a visão de uma luzinha que seja no fim do túnel.
Porque enquanto isso não acontece, o que vemos são pessoas cansadas de cobrar uma posição, inseguras pela falta de certezas do outro e até, dependendo do nível do “embromation”, com vontade de por à prova esse amor que mais parece de araque!
Pois bem, se não podemos negar que quem vai aguentando mais um pouco, sempre à espera da decisão do outro, certamente está colaborando para que a situação perdure, também não podemos – de forma alguma – simplesmente absolver quem fica em cima do muro, esquentando lugar, atrasando a vida alheia, sem nunca dar o próximo passo!
Ninguém é obrigado a um “sim” do qual não esteja certo, isso é verdade. Mas é dever de todos, isso sim, ser sincero, claro, transparente e objetivo. Não quer casar ou está em dúvida? Tudo bem. É seu direito! Mas se esse cenário está virando enredo de novela mexicana, então, mesmo correndo o risco de ficar só, ao menos seja autêntico e íntegro o bastante para dizer ao outro com todas as letras, sem rodeios, sem enrolação, sem desculpas, sem lero-lero.
Por fim, tente, tanto quanto conseguir, ser coerente. Dizer que não quer ou que está em dúvida e continuar rodeando como mosca sobre pão-doce, é covardia pura. Quem quer casar sempre tem esperança de que o outro também queira, e esse desejo faz bastante sentido. Portanto, que você não seja voluntário para desiludir, amargar e fazer secar o sentimento de quem tanto lhe quer bem... Isto é, sem dúvida, atitude de quem demonstra pelo outro, no mínimo, respeito e consideração!
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