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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O que há de errado comigo???


"Cronograma de um relacionamento". Foi esse o título da pergunta que uma amiguxaGostaria de saber se existe algum parâmetro que a gente possa seguir. Algo do tipo: depois de quanto tempo dou meu telefone? Ou ainda: depois de quanto tempo marco um encontro? Dê uma luz às garotas! Obrigada.

Com 26 anos,Ela se defronta com inquietações próprias de sua idade e de nossa época. Sua pergunta é semelhante a de muitos homens e mulheres adultos que procuram uma fórmula para serem bem sucedidos. O título utilizado, em geral, é: "O que há de errado comigo?" e a fantasia que alimentam: "Deve haver um meio de obter êxito naquilo que busco; no caso, um companheiro para partilhar a vida ou, pelo menos, momentos que aliviem minha solidão, parenta próxima do sentimento de rejeição."

Não existe nenhum mal-estar nessas perguntas. Já que os referenciais antigos cairam por terra e buscar dentro de si o que a situação do momento solicita se torna uma tarefa complicada, a maioria deixa-se levar para onde os ventos sopram. Mas por que para uns as coisas correm bem e para outros não? A suposição é: "Alguém deve conhecer o ‘caminho das pedras’ e ele deve ser o mesmo para todos. Não consigo o que quero por não conhecê-lo."

Muitos se dizem bonitos, simpáticos, inteligentes, bem sucedidos profissionalmente, bem de vida, carinhosos, compreensivos, e perguntam: o que há de errado com eles pois as coisas não acontecem: "Ninguem me procura, ninguém responde meus e-mails e quando chego a conhecer alguém, não passa do primeiro encontro."

Qual é o caminho das pedras? E ele será seguido mesmo que contrarie pontos essenciais da personalidade de cada um. A mentalidade vigente no mundo atual não admite o fracasso: "Torno-me o que for preciso para conseguir o que busco. Torno-me doce, sedutor, me despersonalizo, chego a trair meu verdadeiro "eu" para ter sucesso dentro dos valores reconhecidos pela maioria e me convencer que sou igual aos outros, que existe alguém que me quer, que não há nada de errado comigo!"

O ‘outro’ é o referencial, não importa quem seja nem o que valha. Aliás, o outro não é sequer alvo de muita atenção. A preocupação é saber que ele se interessa por quem não sabe mais direito quem é e o que fazer, de tanto que se desnorteou nesses tempos atuais. A carência faz a pessoa ansiar por alguém que a aceite, como se precisasse de um dono que a levasse para casa, como se faz com um cãozinho faminto e ferido. A falta de auconfiança chegou ao ápice: "Se ele não me telefona depois de ter dito que me amava, é que eu estraguei tudo. Se ele sumir, me perco: entro em depressão."

Estarão todos em busca de amor ou apenas fugindo da solidão? E o que representa estar só? É correto ouvir o que o outro tem a nos dizer e fazer uma autocrítica a partir do que ouvimos: o bom companheiro nem sempre é o que nos aceita como somos mas o que nos leva, com sua insatisfação a nosso respeito, a mudar para melhor. Não "melhor" somente para ele, mas melhor como ser humano.

Até que ponto vale a pena se violentar para ter uma companhia que nada tem a ver com você? Melhor dizendo: até que ponto vale a pena se violentar, muitas vezes, no que se tem de melhor? Vale a pena fingir para agradar? É comum que aquele que aparenta estar se dando bem, esteja, na verdade, ‘fazendo das tripas coração’ ou seu nível de aspiração é baixo, do tipo "caiu na rede é peixe". E, lembre-se, a pessoa que lhe interessa não é igual a todas as outras, logo, você vai ter que aprender como lidar com ela.

Não, Célia, não há um tempo que seja aplicável a todas as situações; seria tudo tão simples, não? Felizmente, você não é um robô, um clone e porisso vai ter que usar sua sensibilidade, seus sentimentos e percepção para tomar decisões, sem esquecer que sempre correrá o risco de acertar ou de errar. O segredo é tirar de cada experiência uma lição que a faça aprimorar-se como uma pessoa, em permanente estado de aprendizagem, que não pode depender sempre da reação dos outros para saber quem é e o que deve fazer.

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