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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Cafeína e Gestação O café , principalmente com leite, pode ser consumido com moderação pela gestante pois não causa aborto nem mal-formações fetais







Toda gestante precisa de uma alimentação adequada sendo raro o uso de medicamentos. O consumo moderado de café com leite (1-2 xícaras diárias) não traz nenhum risco a gestante nem ao feto. Algumas pesquisas sugerem que um consumo abusivo de café, tabaco e álcool podem causar aborto e mal-formações fetais. Mas o consumo moderado de café é totalmente seguro para qualquer gestante saudável.A nutrição materna adequada constitui-se num fator fundamental para a saúde não apenas da gestante mas do feto, sendo importante a orientação e aconselhamento materno desde o início da gestação. Em casos de alimentação inadequada ou incompleta, algo comum no Brasil, está justificada a suplementação farmacológica de vitaminas, sais minerais e ferro. Megadoses de vitaminas devem ser evitadas. A abstinência de substâncias potencialmente prejudiciais como álcool, tabaco e drogas deve ser a norma para toda mulher fértil com vida sexual ativa, principalmente se deseja engravidar. Adoçantes artificiais e bebidas contendo cafeína (café, bebidas tipo cola) podem ser consumidos desde que em pequenas quantidades (1 xícara diária ou volume equivalente a 250 mL). Uma dieta básica para a gestante deve conter proteína de origem animal e vegetal, leite e produtos derivados do leite (manteiga, queijo), cereais e pães, frutas e vegetais e principalmente folhas verdes. O ganho ponderal da gestante deve ser de pelo menos 10 kg, incluindo o peso adicional do feto, a placenta, o líquido amniótico e a massa corporal materna aumentada, como gordura, sangue e líquidos. A gordura materna se constitui numa reserva calórica para a gestação e a lactação e toda mãe deve ser informada de sua importância. A ausência de formação de depósitos gordurosos pode interferir no desenvolvimento fetal de forma prejudicial. Mulheres obesas podem apresentar menor aumento ponderal, em torno de 6 kg, mas devem ser orientadas para efetuarem uma alimentação adequada. Normalmente, a gestante ganha em torno de 1 a 2 kg no primeiro trimestre e em torno de 0,3 a 0,5 kg por semana no restante da gravidez.

A ingestão calórica da gestante deve receber um adicional extra em torno de 200 a 300 Kcal por dia para evitar o nascimento de criança com baixo peso e uma oferta suplementar de 20 a 30 g de proteína diariamente, perfazendo um total entre 60 a 75 g diários. A ingestão de sal pode ser em torno de 2 a 3 g diários de sódio, não havendo necessidade de restrição do seu consumo, devendo apenas ser desaconselhado o consumo de alimentos muito salgados. A necessidade de cálcio aumenta de uma quantidade normal de 800 mg diários para a mulher adulta para 1200 mg na gestante, sendo possível obter essa quantidade por meio do consumo diário de leite e vegetais verdes, podendo ser feita a suplementação com carbonato de cálcio, se necessário. A maior necessidade de ferro e ácido fólico deve ser obtida não apenas da dieta, mas através de suplementação farmacológica. Doses elevadas de vitaminas (megavitaminas) não devem ser utilizadas na gestação pois podem exercer um efeito teratogênico. Uma dieta adequada para a gestante deve conter 30 a 60 mg do elemento ferro e 0,5 a 0,8 mg de folato. Vegetarianas que fazem uso de leite e ovos obtêm boa suplementação de vitaminas, mas as vegetarianas que evitam todo e qualquer produto animal devem receber suplementação oral de vitamina B12, que ocorre apenas em alimentos de origem animal, para a prevenção da anemia megaloblástica. O Quadro 1 apresenta as necessidades diárias dos principais nutrientes para a gestante e a lactante.
Quadro 1 - Necessidades diárias de Nutrientes para a Gestante e Lactante
Necessidades diárias de Nutrientes p/ Gestante e Lactante
Proteína (g) 60......75
Vitamina A (mg ER) 800....1.300
Vitamina D (mg) 10......10
Vitamina E (mg ET) 10......12
Vitamina K (mg) 65......65
Vitamina C (mg) 70......95
Tiamina (mg) 1,5.....1,6
Riboflavina.(mg) 1,6.....1,8
Niacina (mg NE). 17......20
Piridoxina (mg) 2,2.....2,1
Folato (mcg) 400.....280
Cobalamina (mcg) 2,2.....2,6
Cálcio (mg) 1.200....1.200
Fósforo (mg) 1.200....1.200
Magnésio (mg) 320.....355
Ferro (mg) 30......15
Zinco (mg) 15......19
Iodo (mcg) 175.....200
Selênio (mcg) 65......75
* ER= Equivalente em Retinol TE= Equivalente em Tocoferol


Cafeína e Gestação

No passado já se atribuiu a ocorrência de malformações fetais à intervenção divina ou demoníaca, ou mesmo a experiências aterradoras da gestante. Inúmeros são os fatores que podem causar malformações, destacando-se os seguintes: hereditariedade, devido a alterações cromossômicas nos pais: doenças maternas, como rubéola; desnutrição; fatores físicos, como radiação; fatores ambientais, como agentes poluidores; e fatores químicos, como medicamentos. Teratologia significa, etimologicamente, estudo dos monstros. É uma disciplina que verifica e estuda os defeitos morfológicos bioquímicos ou comportamentais resultantes de anormalidades produzidas em qualquer etapa da gestação e descobertas ao nascimento ou mesmo mais tardiamente. As substâncias químicas podem determinar alterações teratogênicas através de perturbação na formação de células, tecidos e órgãos, resultando em alterações anatômicas, fisiológicas ou bioquímicas na origem ou no seu desenvolvimento. Os fármacos podem interferir na gestação, causando alterações em diferentes períodos da mesma.

1. Período de implantação: durante as duas primeiras semanas após a fecundação, o blastocisto se desenvolve e se implanta no endométrio. Fármacos podem atuar prevenindo a implantação ou eliminando o ovo recém-fixado, provocando aborto.

2. Período embrionário: estende-se da 2a à 12 a semana. É quando o embrião se desenvolve de uma massa de células até a estrutura fetal definitiva. Durante esse período os fármacos podem causar malformações importantes, ou mesmo abortamento. A utilização de um produto teratogênico antes do fim de organogênese - nos primeiros três meses - resultará em alteração anatômica.

3. Período fetal: compreende o período após a 12ª semana até o nascimento. É comum que médicos acreditem que após o terceiro mês de uso de fármacos seja seguro. Embora as principais estruturas histológicas já estejam presentes na 12ª semana, grande parte desse desenvolvimento continua até o nascimento, ou mesmo após. As anormalidades resultantes de atuação nessa fase constituem-se em alterações degenerativas em sistemas, órgãos, funções ou mecanismos bioquímicos já formados, mesmo que a formação não esteja completa. O cérebro atinge seu período de maior crescimento no último mês da gestação. Fármacos que interfiram com esse desenvolvimento podem causar defeitos funcionais que aparecerão tardiamente no desenvolvimento intelectual ou emocional de uma criança.

4. Período neonatal: fase em que o recém-nascido pode apresentar alterações significativas ou mesmo morte, devido ao uso de fármacos nos dias anteriores ao parto, durante este ou no puerpério. O medicamento pode atingir a criança através da placenta ou do leite materno.

A Barreira Placentária

A placenta é um órgão único: é um homoenxerto resistente à destruição imunológica e funcionando quase que automaticamente, independente de mecanismos homeostáticos reguladores. Durante a gestação, sua atividade muda de características, passando por fases de um tecido maduro, seguindo-se a senescência. Nesse período a placenta é responsável pela única comunicação entre o feto e o meio externo, e sua atividade contínua é que determina o crescimento e a sobrevivência do novo ser. Uma função importante da placenta é a sua capacidade de transferir substâncias para o feto contra um gradiente de concentração, assegurando níveis adequados de elementos importantes para o crescimento fetal. Além desse papel ativo, ela também desempenha um papel passivo, atuando como barreira similar à barreira hematoencefálica. A passagem de fármacos precisa ser considerada através do conhecimento da função placentária normal e anormal. Deve ser lembrado que um fármaco, para causar anormalidades fetais, pode não atravessar a barreira placentária, apenas alterando sua função ou o organismo materno, como os medicamentos hipotensores.

Remédios na Gestação

Para a maioria dos médicos, a associação de fármacos e gestação evoca a lembrança desagradável da talidomia e as milhares de crianças que apresentaram múltiplas e sérias malformações. Desde aquela época - década de 1960 - até os dias atuais existe uma conduta variada, que vai do temor exagerado à completa falta de cautela ou controle periódico. A lista de fármacos inequivocamente teratogênicos para o homem é pequena, conforme mostra o Quadro 6.3. Este número relativamente pequeno talvez se deva à aceitação pela classe médica de que a alta incidência de malformações congênitas nos países da atualidade se dê por fatores não-identificados por falta de pesquisa específica. O fato de não existirem evidências incontestáveis contra um fármaco não o exime de possíveis efeitos teratogênicos. A ocorrência de epidemias como infecções virais ou microbianas que causem mortalidade de 2% da população determina importantes medidas controladoras e investigadoras por pessoas responsáveis e preocupadas com a saúde comunitária. A segurança oferecida por pesquisas efetuadas em laboratórios em animais inferiores deve ser analisada com extrema cautela e nunca extrapolada para a espécie humana. Deve haver sempre cuidado e noção de risco. Os dados baseados em animais de experimentação não podem, de maneira alguma, ser aplicados à espécie humana. Não é possível prever ou afirmar que um determinado fármaco é ou não teratogênico até que haja evidências significativas e até catastróficas, como ocorreu com a talidomida. Por exemplo, para uma chance de 95% de detecção de um fármaco que aplique a incidência "normal" de anencefalia, seriam necessários estudos em 23.000 mulheres grávidas. Os Quadros 2 e 3 apresentam alguns fármacos suspeitos para uso na gestação humana e outros com riscos de ser usados no final da gestação, com seus efeitos indesejáveis.
Quadro 2 - Fármacos
Fármacos Teratogênicos para o Homem
Proteína (g) Metimazole, propiltiouracil, iodetos
Andrógenos Aminoglicosídeos (gentamicina, amicacina)
Estrógenos sintéticos Fenitoína
Progestágenos orais Tetraciclinas
Vitamina D Isoniazida
Aminopterin Cloroquina
Metotrexate Cumarínicos
Bussulfan


Quadro 3 - Fármacos
Fármacos suspeitos para uso na Gestação Humana
Ácido para aminossalicílico Fenotiazínicos
Adrenalina Fenilpropanolamina
Barbitúricos Feniramina
Benzodiazepínicos Fenmetrazina
Buclizina Glucagon
Codeína Hidroclorotiazida
Clorpropamida Meclizina
Cloroquina Meprobamato
Corticosteróides Metronidazol
Difenidramina Proclorperazina
Dextroanfetamina Quinina
Efedrina Tolbutamina
Eritromicina Trimetoprim
Fenacetina Clonidina
Indometacina
Lítio


Quadro 4 - Fármacos
Fármacos com riscos de serem usados no final da Gestação
Narcótico-analgésicos Depressão respiratória
Antagonistas de narcóticos Síndrome de abstinência neonatal
Anestésicos locais Depressão central com espasticidade subseqüente; deficiência mental
Salicilatos Sangramento neonatal; kernicterus
Reserpina Letargia; depressão mental; congestão nasal; dificuldade respiratória
Sulfonamidas Icterícia; kernicterus
Nitrofurantoína Hemólise neonatal
Sulfoniluréias Hipoglicemia neonatal
Fenitoína Hemorragia por hipoprotrombinemia
Fenobarbital Hemorragia; icterícia; síndrome de abstinência; depressão repiratória
Vitamina D Hipocalcemia; tetania; convulsões
Aminoglicosídeos Surdez; ataxia
Cloranfenicol Síndrome cinzenta
Anticoagulantes orais Hemorragia fetoplacentária
Vitamina K Icterícia; kernicterus
Neostigmina Miastenia neonatal
Andrógenos, progestágenos e estrógenos orais Pseudo-hemafroditismo; masculinização fetal
Propiltiouracil, iodetos Bócio fetal; obstrução respiratória
Hexametônio Íleo paralítico; pneumonia neonatal
Fenformin Acidose lática
Diazepínicos Hipotermia; hiporreflexia
Fenotiazínicos Icterícia
Tetraciclinas Hipoplasia e coloração escura da primeira dentição
Fenacetina Metemoglobinemia
Anestésicos gerais Depressão respiratória e asfixia neonatal
Simpaticomiméticos Isquemia e sofrimento fetal
Tiazídicos Hemorragia por trombocitopenia
Penicilina G Convulsões mioclônicas ou generalizadas


A cafeína é a substância química mais estudada em toda a história da medicina, desde sua descoberta em 1820. Nenhuma outra substância possui tantos artigos científicos como a cafeína, sendo a grande maioria considerando-a uma vilã, particularmente (e equivocadamente) a cafeína presente no café. Um litro de refrigerante tipo Cola possui o mesmo teor de cafeína de 3 a 4 xícaras grandes de café. Centenas de trabalhos foram publicados atribuindo a cafeína efeitos como teratogênicos, indutor de parto prematuro, recém-nascido de baixo peso e aborto. A relação entre a cafeína (do café, segundo os artigos ????)e o risco de anomalias reprodutivas sobre o ser humano tem sido periodicamente publicadas e revisadas. Alguns estudos avaliam o consumo de café outros de cafeína. Mas poucos citam o teor final da cafeína no café ou isolada nem os outros compostos presentes no café, como quinídeos que protegem dos efeitos da cafeína . A mais completa revisão sobre o assunto (Leviton, 2002 - artigo em pdf anexo) chega a conclusão de que não existem evidências convincentes até o presente que mostrem que o consumo de cafeína aumente o risco de qualquer anormalidade reprodutiva no ser humano (teratogenia, parto prematuro, aborto, etc). Os estudos que sugerem uma correlação entre a cafeína e risco na reprodução humana são observados em estudos de baixa qualidade em comparação com pesquisas consideradas como que quase ideais. Isto é importante nas pesquisas que sugerem crianças de baixo peso, parto prematuro, aborto espontâneo e anormalidades congênitas. Variáveis associadas quase sempre ao consumo de café são o tabagismo e o consumo de álcool, algo que nunca é especificado nas pesquisas que culpam a cafeína. especificado nas pesquisas que culpma a cafee cafe aixo peso, parto preamaturo e anormalidades congPor isto na atualidade, após tantos artigos negativos mas incorretos, é possível afirmar a cafeína é completamente inocente, sem risco e segura se consumida por gestantes, desde que em doses moderadas (1 a 3 xícaras diárias principalmente misturada com leite).

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