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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Navegar é preciso Por: Dada Novais "Navegar é preciso!!! Viver não é preciso..." (Fernando Pessoa)


As preocupações em torno da capacidade de se manter relações interpessoais saudáveis e produtivas sempre foi um dos grandes desafios do ser humano. Desde a antiga Grécia, por volta do século VI antes de Cristo, que os filósofos já se ocupavam desse assunto, constituindo povoados, polis, sob a égide de valores éticos que contribuíssem para o desenvolvimento humano e o bem-estar comum. Dessa forma, as regras de convivência estabelecidas desde os seus primórdios, notadamente marcadas pela proposição da Ética, estabeleciam a necessidade de se manter uma atitude correta e honesta entre as pessoas, visando ao desenvolvimento econômico e humano.

No entanto, o desenvolvimento da humanidade, desde então até os dias de hoje, foi marcado por grandes conquistas e inesquecíveis tragédias. As conquistas, claramente atribuídas aos avanços tecnológicos relacionados ao desenvolvimento da razão, do intelecto humano, foram manchadas por tragédias que, absurdamente, foram provocadas exatamente pelo mau uso desses avanços científicos.

Assim, os tempos modernos, portadores de glórias e fracassos individuais e coletivos, nos convocam ao aperfeiçoamento na solução de um velho desafio: como alcançarmos o tão desejado desenvolvimento, com maior qualidade nas relações humanas, nos âmbitos pessoal, profissional e social? Mesmo porque, hoje mais do que nunca, está comprovado que a qualidade nos relacionamentos está diretamente ligada à qualidade de vida.

No mundo de hoje, o E-mail impera como a mudança mais drástica no campo das comunicações. Nesse universo da Internet, etiqueta pode ser chamada de netiqueta, o que significa transitar no mundo virtual com a mesma elegância e desenvoltura com que atuamos no mundo real: respeito, boa educação, gentileza e bom-senso são tão imprescindíveis na rede como em qualquer outra forma de comunicação humana.

Será possível ser elegante, ético, saber respeitar a vida privada do outro, em um mundo onde se navega disfarçado por um nome fantasia? Qual a utilidade da prática da boa educação em um sistema no qual, cada vez mais, se valoriza a rapidez de informação, a quantidade de dados armazenados e os efeitos especiais? Minha pobre e limitada capacidade de compreensão de ondas magnéticas, bits e bytes, aceita fascinada todas essas coisas, porém as recebo com muito, mas muito mesmo, assombro e cuidado. Minha preocupação não é com a máquina em si, mas, com quem anonimamente, levianamente, está por trás operando a máquina.

Embora o virtual ocupe hoje um espaço cada vez maior nas nossas vidas, ainda é no mundo real, graças a Deus, que vivemos as nossas mais gratas emoções. Precisamos fazer com que os benefícios trazidos por essa revolução chamada Internet não se transformem no apocalípse da convivência humana civilizada e ética. Toda Informação deve funcionar a nosso favor, para que nos relacionemos cada vez melhor com o mundo e não para que nos afastemos cada dia mais de suas sensações. Usar o computador como escudo para extravasar, em mensagens, seus traumas e recalques da vida inteira passou a ser um artifício usado por pessoas que não conseguindo na vida real estabelecer relações mais saudáveis, não satisfazendo suas carências afetivas, aproveitam-se do anonimato possível da Internet para, com abordagens grosseiras, mentirosas, com declarações chulas, covardes e pouco criativas, tentar abalar vidas que, ao contrário das suas, conseguem erguer suas construções.

Que coisa feia!!! O bom mesmo seria fazer um curso de etiqueta, netiqueta, qualquer coisa que valha a pena, só para melhorar, ser mais gente e poder conviver com o mundo de uma forma mais ética e decente.

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